O Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) dividiu-se na escolha do árbitro para preencher a vaga de Olegário Benquerença como internacional, entre o eleito Tiago Martins e Manuel Oliveira.

“Prevaleceu a posição de uma maioria, para quem o critério da idade se sobrepôs a outros, tendo em conta que havia árbitros com mais anos de primeira Liga e com mais experiência e provas dadas para preencher a vaga”, disse à Agência Lusa fonte do CA, para quem "existe um problema" com a escassez de novos valores na arbitragem.

No entanto, de acordo com a mesma fonte, a decisão não foi pacífica e houve mesmo quem considerasse que a opção por Tiago Martins contrariava um dos requisitos da FIFA para um árbitro atingir o estatuto de internacional, que é o de apitar, pelo menos, durante dois anos na competição principal.

Com efeito, a escolha de Tiago Martins, de 34 anos, para ocupar a vaga de Olegário Benquerença, que atingiu o limite de idade, causou alguma surpresa nos meandros do futebol pelo facto de ter subido apenas esta época à primeira categoria nacional, tendo arbitrado até ao momento somente dois jogos da I Liga, o Nacional-Arouca e o Belenenses-Arouca.

A preferência de vários conselheiros recaía no juiz portuense Manuel Oliveira, de 37 anos, completados em outubro último, que é árbitro de primeira categoria há três anos, desde a época 2012/13, na qual se classificou em oitavo lugar, sendo que, na temporada anterior, 2013/14, ficou em 11.º lugar.

Esta época, Manuel de Oliveira já dirigiu quatro jogos da I Liga (entre eles o Sporting-Marítimo e o Benfica-Belenenses), cinco da II Liga e um da Taça da Liga.

“Havia vários árbitros entre os 37 e os 39 anos, já com outra tarimba, que poderiam subir a internacionais, mas, tendo em conta o tempo médio de ascensão até aos escalões de topo, essa aposta deixá-lo-ia à beira do limite de idade quando atingisse esse patamar”, explicou à Agência Lusa um dos membros do CA que votou a favor do lisboeta Tiago Martins, por ser uma opção que tem subjacente uma “perspetiva de futuro”.

Deu o exemplo de Pedro Proença para sustentar a sua tese: “Chegou a internacional em 2003, com 32 anos, e ascendeu ao grupo de elite em 2009, seis anos depois. É esse o tempo médio que um árbitro leva a chegar ao topo, isto se tudo correr bem.”

Neste momento há quatro escalões que definem o patamar qualitativo dos árbitros na UEFA, o grupo de elite, de que fazem parte os portugueses Pedro Proença (44 anos) e Olegário Benquerença (45), que vai abandonar, o grupo 1, que inclui Duarte Gomes (41) e Jorge Sousa (39), o grupo 2, que conta com Artur Soares Dias (35), Carlos Xistra (40) e Hugo Miguel (37), e finalmente o grupo 3, com Marco Ferreira (37) e João Capela (40), aos quais se vai juntar Tiago Martins (34).

Deste lote de árbitros, o mais novo, com 35 anos, e o único, segundo a mesma fonte, com expetativas de chegar ao grupo de elite, o portuense Artur Soares Dias, que subiu recentemente ao grupo 1, juntando-se a Duarte Gomes e Jorge Sousa.

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