O Benfica terminou o ano de 2014 com um triunfo pela margem mínima sobre o Gil Vicente. Um golo irregular de Nico Gaitán valeu os três pontos aos encarnados diante do último classificado do campeonato que desta forma fechou o ano sem uma única vitória em prova.

Há jogos que são decididos nos detalhes, e ontem um pequeno pormenor acabou por ditar a vitória do Benfica sobre um Gil Vicente que chegou a provocar algum nervosismo nas bancadas do Estádio da Luz que reagiu à falta de dinâmica do atual líder e campeão nacional.

Foi com bastantes ausências de vulto que o Benfica se apresentou na Luz. Jorge Jesus apostou na dupla Lima-Jonas para atacar a baliza de Facchini enquanto baixou Talisca para o meio-campo para fazer dupla com Samaris. O Gil Vicente, último classificado, apresentou-se na casa do líder do campeonato com as armas que dispõe em que Samy era a lança mais afiada à baliza de Júlio César.

Curiosamente foi o Gil Vicente a assumir o jogo nos instantes iniciais. A formação de José Mota apresentou-se muito subida no terreno afastando o Benfica do seu jogo habitual de domínio e posse. A bola não rolava entre os jogadores encarnados, e o Gil Vicente tentava impor um ritmo baixo ao jogo de forma a ganhar fôlego para o resto do encontro de forma a adiar o golo encarnado.

As dificuldades do Benfica eram patentes e nem um remate de Talisca aos 12 minutos disfarçou o nervosismo que se vivia nas bancadas da Luz. Aos 20 minutos, foi Adriano Facchini a negar o golo a Jonas numa altura em que o Benfica já tinha recuperado a sua posição dominante no meio-campo adversário.

Os minutos passavam e não se via aquele futebol de “nota artística” que nos últimos anos deslizou pelo relvado da Luz. Com tantas ausência de peso na equipa encarnada, os artistas do Benfica foram obrigados a “vestir o fato de operário” perante uma equipa muito organizada e com uma estratégia bem definida. Aos 30 minutos, Ola John descobre Maxi Pereira que em fora de jogo pica a bola por cima de Adriano. A bola ressalta no poste e Gaitán aproveita para inaugurar o marcador. Estava feito o 1-0 para o Benfica num lance ferido de legalidade.

E foi a vencer pela margem mínima que o Benfica foi a vencer para o intervalo. No regresso dos balneários, Jorge Jesus não fez qualquer substituição mantendo a equipa da primeira parte com Ola John e Gaitán nas alas. Na defesa, César e Jardel constituíam a dupla de centrais.

Na ausência de Luisão, César acabou por ser determinante num lance que poderia ter ditado outro resultado final quando aos 55 minutos um passe magnífico de João Vilela descobre Simy que quase isolado frente a Júlio César vê o central brasileiro “tirar-lhe o pão da boca”.

O Benfica respondeu aos 63 minutos com um remate fortíssimo de Talisca para uma enorme defesa de Facchini, mas era o Gil Vicente quem corria mais em busca do prejuízo. Aos 72 minutos, Júlio César defendeu um cabeceamento de João Vilela com perigo e aos 87 minutos segurou o empate após remate em arco do mesmo João Vilela.

As bancadas não gostavam do que viam e os assobios começaram a surgir esporadicamente cada vez que um jogador do Benfica perdia uma bola em situação de transição ofensiva ou falhava um simples passe. O nervosismo na equipa do Benfica foi evidente nos instantes finais, mas valeu o golo de Gaitá, irregular, para assegurar os três pontos e fechar 2014 com uma vantagem de seis pontos sobre o FC Porto.