A Comissão de Instrução e Inquérito (CII) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) decidiu hoje arquivar o processo disciplinar instaurado ao presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, por declarações feitas na Sporting TV.

A CII fundamentou a decisão de arquivar com “o contexto de conflito em que as declarações foram prestadas por comportamentos de todos os envolvidos” e com uma “certa agressividade inerente a domínios como o público, o laboral ou o desportivo” e que deve “até certo ponto ser tolerada”.

Invocou ainda a CII para justificar o arquivamento a “jurisprudência recente do Conselho de Disciplina e do Conselho de Justiça, que alarga a relevância do direito à liberdade de expressão” e a “inexistência de qualquer participação dos visados pelas declarações em apreço”.

Na entrevista em causa, concedida a 03 de outubro de 2014, Bruno de Carvalho visou, entre outros, o presidente do FC Porto, Pinto da Costa: “Ao menos sou o que sou, os outros são uns hipócritas e uns rufias, que nem a idade lhes dá vergonha. O comportamento do presidente do FC Porto (...)... quem anda à porta de tribunas a chamar nomes é ele, quem anda com quatro seguranças para tentar assustar é ele”.

A própria LPFP também foi criticada por “não ter caminho, estratégia e regras” porque os outros clubes grandes “não querem discutir o modelo estratégico por acharem que basta alterar pessoas e nada mudar”.

“Alguém acredita que a solução é encontrar um sujeito que seja mandado por seis ou sete clubes? Que tipo de pessoas querem o Benfica e o FC Porto [na Liga], alguém que só lá está para fazer o ‘tchim-tchim’?”, questionou Bruno de Carvalho, que também visou a organização da arbitragem e o próprio treinador do Benfica, Jorge Jesus.

Para o presidente ‘leonino’, a figura do quarto árbitro serve apenas para “dar uns bitaites” e para dizer [aos treinadores] que “têm de dar um passo atrás”, mas ressalva o estatuto de exceção de que goza Jorge Jesus, para quem a regra é só não sair do estádio”.