Este “dragão” faz faísca. É assim que se pode definir o poderio ofensivo do FC Porto quando se olham para as estatísticas dos últimos 20 anos. Para encontrar um ataque tão arrasador, teremos de recuar até 1995/1996, período em que o clube era treinado por Bobby Robson. Nessa altura, os portistas, liderados por Domingos e Drulovic, marcaram 46 tentos até ao fecho da primeira volta e registaram uma média de 2,71 golos por partida.

Com 42 golos marcados, o que perfaz uma média de 2,47 por jogo no final da primeira volta, os portistas iniciam a segunda rodada do campeonato como a formação mais goleadora e a segunda com melhor diferença de golos (Benfica é o primeiro: tem menos um golo marcado e menos dois sofridos) e Jackson é um elemento chave é o maior goleador da equipa (21 golos em 25 encontros).

Óliver segue na peugada com seis tentos do “cha cha cha” e Brahimi completa este pódio com quatro. Aliás, os dragões não sentiram a falta do argelino como tanto se receava, pois Óliver desatou a marcar golos. Mais ainda, dos 24 atletas que compõem o plantel, apenas nove não marcaram.

Para se ter noção do feito, apenas nos tempos em que Mário Jardel, o melhor goleador estrangeiro do FC Porto, vestiu a camisola se alcançou tal feito. Entre 1996 e 2000, o brasileiro marcou 168 golos em 175 jogos, mas a equipa não demonstrava ser a máquina trituradora que é agora.

Julen Lopetegui merece elogios pelo estilo de futebol ofensivo que apresentou e os adeptos agradecem, uma vez que a equipa tem mais dez golos (42) do que tinha na temporada passada (32) no final da primeira volta, sendo que o campeonato passou a ter mais duas jornadas em cada volta (quatro no total).

Quando percebemos que nem Mourinho nem André Villas-Boas alcançaram tal média, o trabalho desenvolvido pelo basco ao longo das primeiras 17 jornadas ainda ganha maior relevo. A título de curiosidade, nas últimas cinco jornadas, registaram-se 1,96 golos em 2013/14, 2,33 no ano anterior, 2,27 em 11/12, 2,4 em 10/11 e menos quatro pontos percentuais.

O engraçado é que a equipa acordou para alcançar esta média depois da… derrota com os “encarnados”. Desde dezembro que a média do FC Porto é de quase quatro golos por partida (3,75), num total de 15 nos passados quatro encontros.

Neste capítulo, Jackson volta a ser o elemento em destaque, com quatro, e os restantes estão espalhados por Óliver (três golos em três jogos), Herrera, Evandro, Brahimi, Casemiro, Bruno Martins Indi, Ricardo Quaresma e Danilo foram os restantes. Isto demonstra que, além dos “dragões” terem um avançado goleador, a equipa que roda à sua volta também não deixa de ter gosto pela baliza adversária.

Apenas houve duas ocasiões em que os homens da cidade Invicta estiveram perto de ver o recorde de Robson: 1996/97 (António Oliveira era o técnico e a equipa teve uma média de 2,41 golos por jogo até ao fecho da primeira volta) e em 2010/11, quando Villas-Boas teve uma média de 2,40 golos por encontro. No primeiro era “supermário” quem liderava o ataque, no segundo havia Hulk e Falcão.