O dérbi de domingo já aquece e também as estrelas de Sporting e Benfica preparam a chegada ao relvado de Alvalade, onde se disputará um dos grandes jogos da temporada. Entre essas estrelas, umas brilham mais do que outras, mas o SAPO Desporto arrisca-se a apontar dois dos grandes trunfos de cada um dos conjuntos lisboetas.

Nani, o filho pródigo

Luís Carlos Almeida da Cunha, bem mais conhecido como Nani, foi o grande reforço do Sporting para a atual temporada. Foi, aliás, um dos reforços mais mediáticos da história do clube, pelas circunstâncias em que chegou a Alvalade. Depois de vários anos na alta roda europeia, mesmo que nem sempre de forma brilhante, o irreverente extremo quis dar um novo impulso à sua carreira, numa altura em que lhe faltava espaço no plantel do Manchester United. Voltou a Alvalade, enquadrado na transferência de Rojo e, por isso, sem qualquer encargo financeiro para o Sporting.

O "regresso a casa" não podia ter corrido melhor. Rapidamente Nani se assumiu como rei e senhor do plantel de Marco Silva, aliando o virtuosismo técnico à voz da experiência. Na Liga dos Campeões, em particular, foi o principal elemento desequilibrador, com quatro golos em cinco jogos. Embora ainda estejamos longe do final da temporada, afigura-se já como certo que Nani sairá do Sporting bem mais próximo do seu verdadeiro potencial do que quando chegou, anunciado de forma apoteótica por Bruno de Carvalho num treino aberto em Alvalade. Felizmente para os adeptos leoninos, Nani ainda vestirá a camisola verde-e-branca por mais alguns meses, e será uma seta apontada à baliza de Artur Moraes no domingo. Promete concentrar grande parte da atenção da defesa "encarnada".

Jonas, o goleador renascido

Quando Jonas chegou ao Benfica, já o mercado de transferências estava fechado e, em teoria, o plantel "encarnado" também. Os responsáveis do clube da Luz, no entanto, viram no avançado brasileiro uma boa oportunidade em termos desportivos. Embora em fase descendente da carreira, depois de ter sido colocado de lado no Valência de Peter Lim e Nuno Espírito Santo, o brasileiro já havia demonstrado pergaminhos de goleador. Fê-lo no Santos, no Grêmio e, precisamente, no Valência, embora em todos eles tenha vivido intensos altos e baixos.

Também para Jonas o Benfica surgiu como uma última oportunidade de afirmação. Aos 30 anos, era uma forma de adiar uma viagem para um qualquer campeonato asiático e continuar nos palcos europeus. Não se conseguiu mostrar na Europa, já que não estava inscrito na fase de grupos da Liga dos Campeões e os "encarnados" acabaram afastados de forma precoce das provas continentais, mas a sua importância nas competições nacionais é inegável. Em janeiro conseguiu até o feito de se tornar no brasileiro com melhor média de golos na Europa (0.81 por jogo), batendo Neymar (0.74) e Luiz Adriano (0.70).

Quem levará a melhor?

Muito longe de serem os únicos elementos perigosos das respetivas equipas, tanto Nani como Jonas são jogadores que, no caso de uma boa ocasião, poderão desequilibrar o dérbi. Artur Moraes terá, certamente, de estar bem atento às "invenções" de Nani das alas para a zona central, e Rui Patrício não poderá perder de vista os movimentos de Jonas na grande área.