O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) revelou hoje que houve oito `juízes´ agredidos no último fim de semana e lamentou que o futebol luso esteja a "perder árbitros a um ritmo assustador".

"Vimos repudiar publicamente todos os atos de violência no futebol, neste caso contra árbitros, nos distritais, nos quais se registaram inúmeros casos", começou por dizer José Fontelas Gomes, durante a apresentação da campanha `Respeito', que irá decorrer nos jogos de todos os escalões do futebol português deste fim de semana.

O presidente da APAF lembrou que há situações constantes de agressões a árbitros, nomeadamente no futebol distrital, sendo que no passado fim de semana foram registadas "oito ocorrências", uma das quais na Madeira, em que, após o encontro, "o árbitro foi seguido e agredido à porta de casa".

"Estamos a perder árbitros a um ritmo assustador. Têm sido agredidos constantemente. Este é o fator que mais tem afastado os árbitros. Estamos a falar de árbitros que começam com 14 anos e nenhum pai quer ver um filho num ambiente propício à violência", afirmou.

Segundo dados fornecidos pela APAF à Lusa, na primeira metade desta época foram registadas cerca de 60 agressões a árbitros. Ainda segundo a APAF, houve 210 ocorrências em 2013/14 e 150 em 2012/13.

Na conferência de imprensa esteve igualmente presente o árbitro da primeira categoria Duarte Gomes, que condenou os recentes atos de violência para com as equipas de arbitragem e lembrou que esta situação está a afastar os jovens árbitros. "O número de agressões aumentou exponencialmente a partir do momento em que o policiamento deixou de ser obrigatório. Tem havido conversas com o Estado sobre isso. As agressões acontecem em jogos que não têm tanta visibilidade. Esperemos que esta campanha pedagógica alerte consciências", referiu.

De resto, Duarte Gomes frisou que os árbitros poderão tomar medidas a curto prazo, caso "não haja forma de travar esta onda de violência". "O árbitro está sujeito ao erro, como estão os jogadores, os técnicos e até os adeptos. Quem não conseguir respeitar isto, seguramente terá jogos sem árbitros. Os árbitros não estarão disponíveis para tolerar este tipo de situações durante muito mais tempo. Se as agressões continuarem e não houver forma de travar esta onda de violência, teremos de conversar e tomar as medidas que considerarmos apropriadas", sublinhou.

Por seu lado, o coordenador do Plano Nacional de Ética no Desporto (PNED), José Lima, adiantou que o governo está a "investir bastante em ações de sensibilização", nas quais se apela "aos pais, adeptos e dirigentes que tenham uma atitude mais positiva na defesa da figura do árbitro".

"Sem árbitro não há jogo. Devemos defender este agente desportivo. Esta campanha é um sinal amarelo, para que todos nós tenhamos atenção a este fenómeno. Ao defendermos a dignidade do árbitro, estamos a defender a atividade desportiva, o jogo. As pessoas têm de ter consciência que vão ao futebol para se divertirem e não para insultarem", salientou.

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