Duas pessoas, uma delas ligadas à claque leonina Juve Leo, foram esta terça-feira detidas na operação que levou também à detenção do ex-inspetor e ex vice-presidente do Sporting da PJ Paulo Pereira Cristovão, disse à Lusa fonte policial.
Segundo a mesma fonte, Pereira Cristovão, suspeito de associação criminosa, roubo e sequestro, e os restantes arguidos serão na quarta-feira inquiridos em primeiro interrogatório judicial, no Tribunal Central de Instrução Criminal, para aplicação das medidas de coação.
Com estas três detenções, a fonte admitiu que as investigações que levaram ao desmantelamento do grupo criminoso e que começaram em 2014 entraram na "reta final".
O elementos da claque leonina detido é conhecido por "mustafá" e pertence à direção da juve leo.
O antigo PJ fornecia "informação útil sobre as vítimas" à associação criminosa a que pertencia, sendo um dos "mentores" dos roubos e sequestros perpetrados pelo grupo.
Pereira Cristovão, de 45 anos, que iniciou a carreira na PJ como segurança antes de ingressar na carreira de inspetor, é suspeito de "fornecer informações úteis aos autores materiais" de crimes roubo e sequestro na zona de Lisboa e Setúbal.
Em Novembro de 1990 entrou para os quadros da PJ de onde saiu no início de 2007 para fundar uma empresa de consultoria e investigação. Na PJ foram-lhe atribuídos alguns processos mediáticos, nomeadamente o "caso Joana", sobre o desaparecimento de uma menor no Algarve que levou à detenção da mãe.
Pereira Cristovão está detido por suspeitas de associação criminosa, sequestro e roubo, tendo sido ele que, em determinadas situações, deu informações úteis sobre as vítimas e seus pertences.
Em comunicado a PJ precisou que os três homens detidos, com idades entre os 37 e os 49 anos, são suspeitos de associação criminosa, sequestro, roubo qualificado, usurpação de funções, abuso de poderes e detenção de armas proibidas.
Os detidos, juntamente com outros doze suspeitos detidos desde em meados de 2014, integravam uma organização criminosa dedicada ao roubo no interior de residências, que simulavam tratar-se de verdadeiras ações policiais para cumprimento de buscas domiciliárias judicialmente ordenadas, tendo mesmo, nalguns casos, utilizado as suas próprias fardas para assim melhor credibilizarem as suas ações.
Os crimes ocorreram nos distritos de Lisboa e Setúbal, cabendo aos detidos a sinalização de potenciais vítimas dos roubos a cometer.
No decurso da operação policial foram cumpridas oito buscas domiciliárias e não domiciliárias, tendo sido apreendidos relevantes elementos de prova.
No âmbito da mesma investigação, em 2014 foram detidas 12 pessoas, 11 homens e uma mulher, incluindo três polícias, que ficaram em prisão preventiva.
Paulo Pereira Cristovão foi vice-presidente do Sporting durante o mandato de Godinho Lopes (2011 a 2013), depois de ter sido candidato à presidência do clube, tendo perdido as eleições para José Eduardo Bettencourt.
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