Ricardo Quaresma pode já não fazer, pelo menos com a mesma frequência, aqueles golos de trivela de levantar qualquer estádio. Ainda assim, a magia do "Harry Potter" portista, agora com 31 anos, continua viva, como tem vindo a provar tanto em jogos da seleção portuguesa como do FC Porto.

Voltou a prová-lo na segunda-feira, com dois golos e duas assistências que permitiram à equipa portista derrotar com toda a tranquilidade o Estoril por 5-0 e continuar a sonhar com o título português.

Primeiro, as assistências: dois cruzamentos milimétricos para as finalizações eficazes de Óliver Torres e Aboubakar que, em boa verdade, só tiveram de encostar para o fundo das redes. Os golos já estavam servidos numa bandeja de prata com marca RQ7.

Depois, os golos: ambos ficam marcados por decisões discutíveis de Bruno Esteves (a falta sobre Brahimi parece ser fora da grande área e Quaresma parece fazer falta sobre Mattheus no último golo do jogo), mas às finalizações nada há a apontar. A grande penalidade é marcada com classe e a finta sobre Vágner para o "bis" é a cereja no topo do bolo cozinhado por Quaresma.

A exibição tremendamente eficaz do número "7" do FC Porto permitiu que os adeptos portistas quase esquecessem a ausência de Cristian Tello, que falhou o jogo por lesão. Faltará ver, no entanto, se Quaresma conseguirá impôr o seu jogo nos encontros com o Bayern de Munique, muito mais exigentes em termos de procura de espaços no ataque, caso o espanhol não recupere a tempo.

Voltando a este encontro, que mantém o FC Porto na peugada do Benfica, o triunfo portista é indiscutível, mesmo com os casos que marcam alguns dos golos: 67% na posse de bola e 9 remates à baliza, contra zero da equipa "canarinha", que se limitou a ver jogar.

Isso mesmo admitiu Fabiano Soares, treinador do Estoril-Praia, que defendeu que esta "não é a Liga" da equipa da Linha. Garantiu também, perante a insistência dos jornalistas presentes no Estádio do Dragão, que as ausências de Kléber e Tozé, ambos emprestados pelo FC Porto, se deveu a questões meramente físicas (no caso de Kléber) e técnicas (no caso de Tozé).

Do lado da equipa vitoriosa, Julen Lopetegui defendeu que a goleada foi merecida, já que os "dragões" atacaram a baliza adversária com muita frequência. O espanhol destacou a importância de manter a "estabilidade" nos jogos disputados em casa, numa altura em que todos os jogos são essenciais para continuar na perseguição ao líder Benfica.