A vitória do Benfica este sábado sobre o Belenenses, por 0-2, em partida referente à 29ª jornada da Liga, resume-se em duas palavras: ‘Jonas’ e ‘pragmatismo’. Sem Salvio no onze, devido a lesão muscular, o Benfica contou com enorme apoio nas bancadas do Estádio do Restelo (mais de 15 mil pessoas), mas terá sentido a falta do conforto da Luz, para o qual têm sido ‘guardadas’ as exibições com nota artística.

Assim, perante um Belenenses desfalcado de Miguel Rosa, por lesão, e de Rui Fonte, por opção técnica, o campeão nacional esteve abaixo do que fez nos últimos jogos e pautou a sua conduta pelo pragmatismo e eficácia. E essa dita eficácia dá pelo nome de Jonas: o brasileiro anotou os dois golos do Benfica e deu continuidade ao grande momento de forma que vive, somando já 16 golos na Liga. Se tinha dores musculares antes do jogo, o certo é que nem se notaram.

O triunfo assentou numa entrada forte dos encarnados, que abriu de imediato caminho para a vitória. Aos 5’, já Jonas estava a marcar o 0-1, aproveitando um erro da defensiva do Belenenses. Ainda milhares de pessoas procuravam o seu lugar nas bancadas e já o Benfica estava na frente do marcador.

Porém, o que se seguiu na partida foi o crescimento do Belenenses. Desinibidos e ambiciosos, os azuis do Restelo conseguiram bloquear o processo ofensivo dos encarnados, beneficiando igualmente da falta de clarividência dos forasteiros. Depois de vários avisos travados por Júlio César – que se exibiu a excelente nível -, o Belenenses protestou uma grande penalidade por duas vezes na mesma jogada. Aos 33’, Sturgeon e João Meira caíram na área benfiquista, mas o árbitro Rui Costa nada assinalou.

O Benfica segurou a vantagem até ao intervalo, mas prosseguiu num certo ‘adormecimento’, raramente conseguindo criar desequilíbrios nos azuis do Restelo. Foi, pois, contra a corrente do jogo que surgiu o 0-2, novamente por Jonas. Após um cruzamento de Gaitán para o segundo poste, o brasileiro dominou a bola no peito e ‘fuzilou’ Ventura com classe. Duas ocasiões e dois golos de Jonas, fazendo parecer fácil o que não é.

O tento atenuou a reação do Belenenses e os anfitriões começaram a perder fulgor. Apenas Carlos Martins tentava contrariar o marasmo, obrigando Júlio César a estar atento. Com uma vantagem mais segura, Jorge Jesus aproveitou para resguardar os jogadores em risco, retirando Jonas e Samaris, que assim estão disponíveis para o clássico da próxima ronda com o FC Porto, naquele que será o “Clássico do título”.

A terminar, o Belenenses merecia ter tido um pouco de sorte naquele que seria o seu golo de honra, mas uma vez mais Júlio César, em cima do apito final, negou com uma enorme defesa o tento a Dálcio. O 0-2 resistiu desta forma até ao apito final, consumando assim a vitória e os três pontos de vantagem do Benfica sobre o FC Porto na antecâmara do clássico da 30ª jornada. E é por mais um duelo entre águias e dragões que passa o título.