O minuto 92 do FC Porto-Benfica de 2012/2013 irá perdurar para sempre na memória dos portistas mas também benfiquistas. Kelvin, lançado minutos antes por Vítor Pereira no clássico do título no Dragão, tabelou com Liedson e deu a vitória aos portistas que depois confirmaram o título em Paços de Ferreira.

Em declarações ao site MaisFutebol, o extremo brasileiro explicou o que lhe pediu Vítor Pereira nos minutos finais daquele jogo e como o golo mudou a sua relação com os adeptos do FC Porto.

“ [O Vítor Pereira, na altura treinador do FC Porto, pediu-me] movimentação e tabelas rápidas com os pontas-de-lança (Jackson e Liedson). Pediu-me para ir para cima dos defesas porque sabia que eu estava confiante. Muitas pessoas já não se lembram, mas quatro semanas antes eu tinha entrado e resolvido um jogo contra o Sp. Braga.

Joguei 14 minutos, marquei dois golos e vencemos 3-1. Foi maravilhoso, eu rematei e só quis celebrar no meio do povo, na bancada. Os adeptos do Porto são maravilhosos, merecem todos os sacrifícios. Depois desse momento, começaram a cantar o meu nome em todos os jogos. E quando eu entrava, então, era a loucura", explicou o jovem jogador.

Apesar de ter sido decisivo, Kelvin nunca conseguiu impor-se no Dragão, tendo acabado por ser emprestado ao Palmeiras. Desde o Brasil, o jovem extremo falou dos treinadores com quem trabalhou no FC Porto. Critica Paulo Fonseca mas só tem elogios para Vítor Pereira e Julen Lopetegui.

"Antes da Supertaça o Fonseca falou comigo e disse-me que eu não ia ser titular, por opção dele. Tinham de jogar outros. Depois só joguei em outubro, na taça. Ele elogiava os meus treinos, dizia que eu estava muito melhor e nunca me convocava. Ele admitiu-me, olhos nos olhos, que estava a ser injusto comigo. O Vítor Pereira gostava do meu estilo, incentivava-me bastante, tinha longas conversas comigo sobre posicionamento tático e comportamento em campo. Nunca fui titular indiscutível com ele, mas joguei regularmente e sentia-me útil. [Lopetegui] foi sincero comigo desde o primeiro instante. Disse-me que gostava do meu futebol, mas que tinha outras opções e que ia ser muito difícil eu jogar", explicou o jovem avançado, na entrevista ao MaisFutebol.