A Associação de Adeptos Sportinguistas (AAS) pronunciou-se esta terça-feira sobre os recentes episódios de violência no futebol, e criticou a actuação policial na forma como lidou com os adeptos do Sporting, após o jogo com o SC Braga, e do Benfica, dando como exemplo o caso de agressão em Guimarães.

Em comunicado, a AAS classificou os acontecimentos de domingo como 'atos de violência gratuita', e que alguns agentes da PSP actuaram de moto 'desproporcionado, profundamente antidemocrático, e sem respeito pela condição humana'.

No referido comunicado, a associação de adeptos do Sporting lembrou ainda que a Taça de Portugal está a aproximar-se, para pedir mais cuidado às forças de segurança que estão a preparar a operação no Estádio do Jamor.

Leia o comunicado na íntegra:

“Atuação Policial”

A Associação de Adeptos Sportinguistas lamenta os episódios verificados no passado domingo, onde adeptos do Sporting Clube de Portugal e outros clubes foram vítimas de atos de violência gratuita que embora distintas e em locais igualmente distintos têm como protagonistas os sempre reconhecíveis agentes das forças de segurança, atuando de um modo desproporcionado, profundamente antidemocrático e sem nenhum respeito pela condição da vida humana, do qual é demonstrativa a utilização de armas em primeiro recurso após o jogo em Alvalade.

O incidente envolvendo uma família benfiquista brutalmente agredida em Guimarães não é mais que um reflexo constante do dia-a-dia dos adeptos pelos estádios de futebol de sul a norte do país, independentemente da sua filiação clubística. Desta vez, para infortúnio das forças de segurança, a intervenção desmesurada foi captada e os portugueses tiveram finalmente a oportunidade de ver um exemplo documentado daquilo que acontece com regularidade nos estádios em Portugal.

Os portugueses não viram nenhuma cuspidela, nem nenhum adepto a querer minutos de fama para uma cadeia de televisão. Viram sim, uma barbárie cometida por um subcomissário da PSP, que certamente vai deixar marcas irreparáveis para aquela família. Lamentamos que tivesse sido necessário um episódio desta natureza para captar a atenção de todas as entidades responsáveis, apesar das denúncias que a AAS fez ao longo desta época desportiva onde imperou a bastonada.

Esperamos que as forças de segurança estejam a preparar a operação Jamor com mais cuidado do que o revelado neste fim-de-semana e nos anos anteriores, tomando como referência todo o historial de um estádio com recorrentes problemas ao nível da segurança, acessos às bancadas e acidentes graves.

No dia 3 de Novembro de 2014, a AAS reuniu com o então Ministro da Administração Interna para exatamente denunciar atos abusivos e de violência gratuita cometidos por agentes da PSP contra adeptos de futebol. Na altura foi-nos agradecida a colaboração e dada a palavra em que seriam tomadas decisões com vista a travar o aumento deste fenómeno de violência. Constatamos que largos meses após esta reunião, não só os efeitos da violência aumentaram como não vemos do lado da atual detentora do cargo a preocupação que se esperava para a resolução deste flagelo.

Agora que a opinião pública está alertada e alarmada, e as diferentes forças políticas despertam para uma problemática há muito existente mas sempre tratada em surdina, chegou o momento de todos exigirmos a criação de políticas que irradiem de uma vez por todas esta péssima atuação da polícia portuguesa, num processo onde a Federação Portuguesa de Futebol e a Liga Portuguesa de Futebol Profissional, nomeadamente o Provedor do Adepto, Jorge Cadete, não devem colocar-se à margem e intervir de uma vez por todas na defesa dos adeptos de futebol.

Comité Executivo
Associação de Adeptos Sportinguistas