Os deputados da Assembleia Municipal de Lisboa (AML) repudiaram hoje, de forma unânime, os alegados atos de violência e vandalismo ocorridos no dia 17, durante as celebrações da conquista do bicampeonato de futebol pelo Sport Lisboa e Benfica.

O Bloco de Esquerda (BE) apresentou hoje um “voto de repúdio contra a violência policial”, que levantou críticas dos outros partidos, e dos deputados independentes, com assento na AML.

Dos cinco pontos a votos, acabou por ser aprovado apenas um, por unanimidade, no qual se repudiou “todos os atos de violência e vandalismo ocorridos durante os festejos da celebração da conquista do título pelo Sport Lisboa e Benfica”.

Ao apresentar o voto, o deputado Ricardo Robles, do BE, recordou o dia “que devia ser sido marcado apenas pela festa” e no qual ocorreram “desacatos com alguns adeptos, energúmenos que devem ser identificados e entregues à justiça” e uma “carga policial gratuita e desproporcionada”.

O deputado defendeu “que haja um cabal esclarecimento, investigação e consequências do que se passou”, de “todos os atos de violência e vandalismo que ocorreram e da atuação violência desproporcionada e gratuita da polícia”.

António Ferreira de Lemos, do CDS, acusou o BE de ter apresentado um “voto demagógico, hipócrita e pouco democrático”. “O BE reagiu a quente”, afirmou.

Para o deputado centrista “nada justifica julgamentos na praça pública” e, “mesmo tendo em conta o parecer negativo das forças de segurança [à festa no Marquês de Pombal], deve aguardar-se a conclusão dos relatórios”.

“É necessário fazer um balanço sereno dos acontecimentos”, defendeu.

Helena Roseta, presidente da AML, mas que interveio no papel de deputada independente, referiu que “qualquer democrata terá que repudiar atos de vandalismo”, anunciando assim que os independentes votariam a favor do primeiro ponto do voto do BE.

“Os outros pontos chumbámos”, disse, justificando que “da maneira como estão redigidos dão a sentença antes do julgamento”.

“O BE está a fazer a figura da rainha de copas”, afirmou, aludindo à personagem do livro “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll”, acrescentando que “tem que haver apuramento de responsabilidades, sanções contra quem prevaricou, sejam polícias ou civis”.

A esta comparação, Ricardo Robles, do BE, respondeu com uma outra figura do mesmo livro, o ovo Humpty Dumpty. “A AML não pode estar como o ovo, equilibrado em cima do muro, sem tomar uma posição”, disse.

Victor Gonçalves, do PSD, lamentou que “o que era para ser uma honra para a cidade acabou por ser uma vergonha e transmitiu para o mundo uma situação muito desagradável e uma imagem negativa de Lisboa”.

“Tem que haver uma análise das razões” que provocaram os acontecimentos, para “que não se voltem a cometer os mesmos erros”.

Para Miguel Coelho, do PS, “confundir a árvore com a floresta é um grave erro”. “Claro que há comportamentos incorretos [na PSP], como em qualquer instituição. E têm que ser avaliados e apurados”, defendeu.

Os deputados rejeitaram, por maioria, os outros quatro pontos do voto do BE, entre eles, “repudiar a atuação violenta e despropositada das polícias envolvidas neste acontecimento, bem como o atropelo de direitos constitucionais” e “exigir o cabal apuramento de responsabilidades políticas do comando e da tutela, bem como criminal, dos agentes individualmente envolvidos em violência gratuita contra cidadãos e cidadãs indefesos”.

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