Bruno de Carvalho deixou um duro ataque aos seus críticos internos no Sporting, num discurso proferido na visita ao núcleo sportinguista de Alenquer.

Depois de uma semana polémica com o despedimento a Marco Silva e a contratação de Jorge Jesus por valores milionários, o presidente do Sporting não se coibiu de responder a algumas vozes do clube leonino que criticaram a mudança e, sobretudo, o risco financeiro do rumo que esta nova época abre em Alvalade. Bruno de Carvalho foi mais longe e identificou os "porta-vozes" das "campanhas de descredibilização": "Dias da Cunha, José Roquette, Isabel Trigo Mira, Pires de Lima", etc.

"Temos de mudar de rumo, de discurso, de filosofia, de ambição. Os nossos rivais avançam com campanhas de descredibilização, agora o surpreendente são os porta-vozes: Dias da Cunha, José Roquette, Isabel Trigo Mira, Pires de Lima... A glória dá trabalho, obriga a conflitos", atirou, sublinhando: "Em 50 anos fomos campeões sete vezes. Nos últimos 30 anos fomos campeões apenas duas vezes. Éramos até aos anos 90 o clube com maior património e com isso tínhamos uma vantagem enorme.

Mas chegámos a este clube com cerca de 500 milhões de passivo. Um clube com a dimensão do Sporting faz-se de conquistas."

Para o ministro da Economia, Pires de Lima, ficou mesmo guardada uma das 'farpas' mais afiadas, nomeando-o de forma indireta como "moralista de taxas e taxinhas", aconselhando a preocupar-se mais com o estado do país do que com o Sporting.

"Continuamos com a mesma determinação do início. Mais velhos, mais calejados, mais sabedores, mas mais alerta. Temos de terminar a auditoria e responsabilizar os culpados. Temos de honrar os que servem o clube e afastar sem receio e hipocrisias os que se servem dele. Ser campeão e não apenas de vez em quando. São estes pontos que voltarão a transformar o Sporting no "crónico", no grande Sporting Clube de Portugal", assegurou.

Sublinhando a sua oposição às "elites" do Sporting e "sem medo de ser do povo", Bruno de Carvalho explicou ainda a aposta num "novo ciclo". "Como presidente tenho de compreender que todos tivemos de ir criando defesas para a sistemática falta de conquistas. É possível manter o orgulho e a diferença e ser campeões, mas para tal temos de sair desta zona de conforto. Temos de ser audazes, ambiciosos", falou, a propósito da aposta no técnico Jorge Jesus.