Pinto da Costa, presidente do FC Porto, esteve esta sexta-feira na casa do clube de Argoncilhe e, num discurso, teceu críticas à arbitragem na última temporada, recordando uma expressão de Jorge Jesus.

"As vitórias do FC Porto têm de ter sempre qualquer senão. As dos outros são sempre limpinhas, limpinhas, limpinhas. Tenho pena de assistir às vezes em estações pagas por nós para respirar ódio contra o FC Porto, mas isso deve ser um motivo para nos dar força e nos unirmos mais", disse o líder dos 'azuis-e-brancos'.

Recorrendo à ironia e a algum humor, o presidente do clube portuense admitiu que ponderou "não ter treinador".

"Deixo uma palavra de esperança: as coisas hão de mudar. Não vamos arranjar desculpas para os insucessos, vamos apenas exigir um tratamento igual. Já estive para não ter treinador, mas depois comecei a pensar que, para isso, precisava de muitos fiscais de linha e de alguns senhores que andam de apito na boca. Como não os conheço, mantive o treinador e estou a ver se consigo melhorar a equipa para que o que aconteceu este ano não se repita".

Pinto da Costa referiu ainda que ainda não obteve respostas na sequência de uma reunião com o Conselho de Arbitragem.

"Fui recebido pelo Conselho de Arbitragem no final da primeira volta e expliquei que não era perito, mas pedi apenas, porque estava diante de gente mais inteligente do que eu, que me ensinassem a compreender algumas situações. Depois de ter perguntado se um Braga-Benfica, um V. Guimarães-FC Porto ou um V. Guimarães-Benfica deviam ser arbitrados por árbitros internacionais, disseram que sim. Então esclareçam-me: por que é que quando V. Guimarães e FC Porto eram líderes, o árbitro escolhido foi um senhor que só não desceu de divisão porque recorreu e ficou na linha de água? Ainda estou à espera de resposta".

"Expus outros casos, alguns bem graves, e continuo à espera de resposta. Vão ter de dar a explicação noutros locais porque não vou deixar que o país, que já está inclinado, fique a pique mesmo no futebol. Vamos acreditar que as coisas vão mudar", rematou.