A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) tem um grupo de trabalho a tratar da questão da centralização dos direitos televisivos e Luís Duque considera que Joaquim Oliveira será “um parceiro decisivo” para concretizar esse dossiê.

“Temos em Portugal um grande parceiro, que há muitos anos trabalha com os clubes neste domínio, que é o grupo de Joaquim Oliveira, que será com certeza um parceiro decisivo no esquema da centralização dos direitos televisivos. Já o conhecemos e trabalha bem connosco”, disse o atual presidente da Liga, em entrevista à Agência Lusa, embora admita que “poderão surgir outros interessados”.

De resto, Luís Duque remeteu para o recente acordo com a Olivedesportos, que culminou com a concretização dos direitos de televisão aos clubes da II Liga, um “acordo fácil e a contento de todos”, como um exemplo de que “é possível trabalhar sem guerras, sem beligerância e sem gastos em processos em tribunais, que custam mais do que se paga a diretores-gerais”.

Para o atual presidente da Liga, é possível encontrar soluções e melhorar as receitas decorrentes dos direitos televisivos, criando um maior equilíbrio na própria competição desde que não haja convulsões e turbulências num organismo que não deve servir para isso.

“Penso que a centralização terá o mérito de ajudar a criar mecanismos de compensação e solidariedade para aqueles que têm menos visibilidade comercial nas suas transmissões”, referiu Luís Duque, reconhecendo, porém, que os três grandes “terão sempre de negociar de uma forma quase particular”.

No entanto, em relação aos restantes clubes, entende que é do seu interesse que “seja a LPFP a negociar e a promover a distribuição das verbas da televisão”, dando o exemplo da II Liga, cujo segredo para ser tão competitiva “é o facto de os orçamentos serem quase todos iguais, ao contrário da I Liga”, competitividade essa que poderá ser aumentada “se forem injetados mais meios decorrentes da centralização dos direitos televisivos”.

Os contratos em vigor vão terminar todos em 2018 por uma decisão governamental, o que, segundo Luís Duque, cria as condições para se avançar para a centralização tendo em conta esse horizonte temporal.

Em todo o caso, caberá aos clubes a decisão e Luís Duque dá o exemplo do Bayern Munique, na Alemanha, que veio agora dizer “que quer sair da centralização, alegando que não resolve o problema”.

Até agora todos caminhavam para a centralização fosse por deliberação interna ou fosse por imposição através da legislação nacional dos governos, mas Luís Duque acredita que em Portugal, conhecendo as duas realidades, é possível encontrar uma solução equilibrada.

“Sendo os últimos a trabalhar no assunto, tivemos mais tempo para nele meditar. Temos em Portugal um grande operador de televisão, o que já é meio caminho andado para encontrar soluções para a distribuição mais equitativa de receitas e a criação de mais valor”, rematou o presidente da Liga.

Luís Duque é candidato às eleições da LPFP, marcadas para terça-feira, para um novo mandato, concorrendo ao cargo com o ex-árbitro internacional Pedro Proença