A repreensão ao observador José Rufino não tem qualquer efeito na classificação dos árbitros da época de 2014/15, nomeadamente na despromoção de Marco Ferreira, disse hoje à agência Lusa fonte de Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Marco Ferreira, que tinha o estatuto de internacional e se retirou da arbitragem após a sua despromoção, considerou na terça-feira que ganhou uma batalha depois de José Rufino ter sido punido com uma advertência pelo Conselho de Disciplina da FPF, que não deu como provado que o madeirense tenha injuriado ou tentado coagir o observador no final do Vitória de Setúbal-FC Porto da época passada.

Fonte da FPF disse à Lusa que este castigo não terá influência na classificação de 2014/15, porque, depois de ter recorrido da sua avaliação naquela partida para a Comissão de Análise e Recurso (CAR), "que visionou o jogo e homologou a nota atribuída pelo observador José Rufino, por considerar que esta refletia o que se passou no encontro", o árbitro "Marco Ferreira não recorreu da decisão da CAR e este processo ficou encerrado".

"O processo classificativo dos árbitros relativo à temporada 2014/15 está encerrado e não é passível de alterações", frisou a fonte, sublinhando que "as classificações foram publicadas em 17 de junho e não foi apresentada qualquer reclamação" dentro do prazo de cinco dias úteis após a publicação.

A mesma fonte disse ainda que a repreensão aplicada a José Rufino, na sequência de uma queixa de Marco Ferreira, "é a penalização de menor gravidade prevista pelos regulamentos".

Sobre este processo, Marco Ferreira escreveu na terça-feira, na sua conta no Facebook, que “ficou provado pela Comissão de Inquérito da Liga e confirmado pelo Conselho de Disciplina da FPF que houve um procedimento ilícito por parte do observador para atribuição da nota do jogo”.

Marco Ferreira, que diz não voltar atrás na decisão de abandonar a arbitragem depois de ter sido o último classificado na época passada, considera que estas acusações foram feitas “para tentar justificar uma despromoção que ninguém entende”, pois “nada foi provado”.

“A verdade prevaleceu neste caso, agora só espero que a Secção de Classificações reponha também a verdade desportiva e anule um relatório que foi feito de forma irregular. Se dizem que querem dignificar a arbitragem, que seja mais transparente e mais credível, têm agora a oportunidade de passar das palavras (de campanha) para os atos, vamos ver agora se realmente têm coragem de tomar decisões em prol da arbitragem em vez de decisões em prol de outros interesses”, afirmou.

Dizendo que a sua dignidade “não tem preço nem nunca esteve à venda”, Marco Ferreira recusa continuar a ser árbitro com “pessoas que estão a destruir a arbitragem portuguesa”.