FC Porto e Benfica disputam no domingo o primeiro ‘clássico’ da I Liga de futebol, numa fase da época demasiado precoce para encostar qualquer dos clubes ‘às cordas’, mas que pode deixar marcas para o seu futuro imediato.

Os rivais estão separados por um ponto, com vantagem para os portuenses, líderes da prova em igualdade pontual com o Sporting, que até pode ser o grande beneficiado do confronto do Estádio do Dragão e terminar a quinta jornada isolado no comando.

Nunca um ‘grande’ se pode permitir perder um ‘clássico’ e o próximo não é exceção: se uma derrota do Benfica deixa o bicampeão nacional a quatro pontos do FC Porto, os ‘azuis e brancos’ também enfrentarão tempos difíceis se perderem em casa com o rival lisboeta pela segunda época seguida.

Foi, aliás, o resultado do jogo da temporada passada (vitória do Benfica por 2-0) que condicionou – para o melhor e para o pior – o resto da campanha dos dois clubes, ainda que tenha acontecido já à 13.ª ronda e proporcionado ao Benfica uma vantagem mais confortável, de seis pontos, para gerir até ao fim do campeonato.

Depois de não ter conseguido vencer nenhum dos dois confrontos com Jorge Jesus, que na segunda volta segurou um empate 0-0 no ‘jogo do título’, o treinador Julen Lopetegui procura impor-se a Rui Vitória, novo técnico do Benfica, e acalmar as ‘águas’ portuenses, muito agitadas após um ano em ‘branco’.

Jorge Jesus, que protagonizou a transferência mais sensacional do defeso, ao mudar-se da Luz para Alvalade, poderá ver-se pela primeira vez no comando isolado da prova, necessitando para que isso aconteça de vencer o Nacional no fecho da jornada e de um empate ou uma vitória benfiquista no Dragão.

Se o Benfica iniciou a época 2015/2016 com um treinador novo e conseguiu manter a base da equipa que conquistou um bicampeonato que lhe escapava há 31 anos, desde 1984, o FC Porto, pelo contrário, conservou o seu contestado técnico, mas viu-se obrigado a construir um novo ‘onze’.

O defesa Maxi Pereira foi ‘desviado’, precisamente, ao Benfica e é possível que os ‘dragões’ entrem em campo com mais cinco reforços: o guarda-redes Casillas, o defesa Layún, os médios Imbula e Danilo ou André André e o avançado Corona, que se estreou na ronda anterior com um ‘bis’ em Arouca (3-1).

No Benfica, entraram apenas Nelson Semedo, a aposta de Rui Vitória para fazer esquecer a ‘traição’ de Maxi Pereira, e o avançado Mitroglou, que ocupou o lugar deixado vago pela saída de Lima e aliviou Jonas do ‘fardo’ de ser o único goleador da equipa ‘encarnada’.

Ainda assim, o avançado brasileiro já é o melhor marcador da I Liga, com cinco golos, mais um do que o camaronês Aboubakar, que tem a espinhosa tarefa de fazer esquecer aos adeptos ‘azuis e brancos’ o colombiano Jackson Martínez, melhor marcador da prova nas últimas três épocas.

A jornada europeia na Liga dos Campeões foi mais penalizadora para o FC Porto, que teve de fazer uma longa viagem de regresso da Ucrânia com a amargura de ter concedido o empate 2-2 nos últimos minutos do jogo com o Dínamo de Kiev (2-2), enquanto o Benfica - que jogou um dia antes - se impôs por 2-0, sem brilhantismo, mas também sem grande desgaste, na receção aos cazaques do Astana.

O FC Porto recebe o Benfica no domingo, no Estádio do Dragão, em jogo da quinta jornada da I Liga portuguesa de futebol, com início às 19:15 horas e arbitragem do portuense Artur Soares Dias.