Bruno de Carvalho está convicto que os fundos de investimento têm os seus dias contados no futebol. Em entrevista ao "Económico TV", o presidente do Sporting justificou as suas recentes intervenções na imprensa para sublinhar que as vezes é preciso uma frase polémica para colocar um assunto na agenda dos media.

"Às vezes, é necessário tecer uma frase polémica para que um assunto se torne assunto. Não vale tudo para atingir os nossos objetivos, mas, às vezes, temos que ir por caminhos de que não gostamos mas que são os mais eficazes e rápidos. O Sporting não se esconde atrás de um chavão de que só se travam lutas para ganhar", declarou o presidente leonino, que anseia por futebol mais limpo e transparente.

"Problemas de corrupção, falta de transparência, de arbitragens, são temas recorrentes e que não nasceram agora. Porque não deixo para a justiça resolver? Porque a justiça não faz nada. Houve um processo grande em Portugal [Apito Dourado] e não aconteceu nada", justificou.

Para contrariar esta tendência no futebol português, Bruno de Carvalho aposta na força dos adeptos do Sporting. "O poder do Sporting são 3,5 milhões de pessoas em Portugal. São 35 por cento da população. Isso também é poder", frisou.

Uma das lutas de Bruno de Carvalho é o fim dos fundos no futebol. O Sporting tem um diferendo com o grupo de investimentos Doyen que está a ser analisado no Tribunal Arbitra do Desporto na Suíça por causa da transferência de Marcos Rojo para o Manchester United. O líder leonino acredita que o primeiro passado para acabar com os fundos de investimento já está dado.

"É a partir de Portugal, é a partir de um presidente, é a partir de mim que se dá o fim dos fundos. Isto é a prova de que dá para mudar o mundo. Em Espanha, Inglaterra, tudo fala do presidente do Sporting. Em Portugal, parte da comunicação social abafa o bom que é feito. Estamos num país de hipocrisia", declarou, ao Económico TV, convicto que os adeptos querem uma mudança no futebol.

"São necessárias novas gerações que venham com novos paradigmas. Os adeptos já exigem alterações. Estamos muito longe de onde queríamos estar. As coisas vão ter de se alterar, sob perigo de as pessoas se revoltarem. O futebol ainda se disputa muito fora das quatro linhas", criticou.