O Benfica chega o domingo ao dérbi caseiro com o Sporting, da oitava jornada da I Liga de futebol, muito diferente, mais forte, daquele que, numa fase de transição, perdeu com o arquirrival na Supertaça (1-0).

A chegada de Rui Vitória mudou o Benfica e embora o plantel seja similar (saíram Lima e Maxi Pereira e não há o lesionado Salvio), as ‘águias’ tiveram uma pré-época atípica, com uma longínqua digressão ao continente americano e sofreram para ‘normalizar’ o seu jogo.

O novo técnico contou com reforços importantes, nomeadamente os avançados Mitroglou (habitual titular no campeonato) e Raul Jiménez, mas, mesmo assim, agosto deixou muitas incertezas quanto à capacidade da equipa, naquilo que se assumiu como uma mudança de paradigma e uma maior aposta na formação.

Desde logo com derrota frente ao Sporting, por tudo o que alimentou a animosidade entre os dois emblemas na pré-época, e depois as exibições pouco convincentes, em especial na derrota com o Arouca (1-0), fizeram temer o pior.

O desaire em Aveiro reforçou a preocupação junto dos adeptos, que na estreia na I Liga até tinha goleado o Estoril (4-0), mas com uma exibição a ‘zero’ até aos últimos 15 minutos.

Foi um período em que a equipa demorou a ‘construir-se’: as lesões de Luisão e Jardel (falhou os três primeiros jogos na I Liga), as dúvidas no meio (Fejsa/Samaris ou Pizzi/Talisca) ou a incerteza na ala direita (Ola John/Victor Andrade/Guedes).

Só em setembro, numa goleada em casa ao Belenenses (6-0), é que surgiram os primeiros sinais positivos, mesmo apesar da derrota posterior, pela margem mínima, no Estádio do Dragão, com o FC Porto (1-0).

Poucos dias depois, a equipa venceu na Luz o Paços de Ferreira (3-0) e, a seguir, conseguiu importante triunfo em casa do Atlético Madrid (2-1), na 'milionária' roda do futebol europeu. Os 'colchoneros' nunca tinham perdido com Diego Simeone para a Europa em casa, e os 'encarnados' não venciam em Espanha há 33 anos.

Foi também aí que Rui Vitória conseguiu ter o ‘11’ mais perto daquilo que poderá ser: com a titularidade de André Almeida ao lado de Samaris, face à irregularidade de Talisca ou o mau arranque de Pizzi, jogadores que não têm dado garantias.

Uma posição fundamental no meio-campo que tem sido a grande lacuna deste Benfica, capaz de apostar – no tal olhar para a formação – em valores que têm dado frutos, como são os casos de Nelson Semedo (no lugar de defesa direito, agora lesionado) ou de Gonçalo Guedes (como extremo na mesma ala).

A entrada de Guedes aconteceu na goleada ao Belenenses, a 11 de setembro, e o jovem jogador não saiu mais da equipa, ganhando a posição a Ola John (cedido ao Reading) e a Victor Andrade e quando o Benfica ainda espera por Salvio.

No equipa, continua a valer a magia de Gaitán, de pedra e cal na Luz e que tem sido fulcral no jogo das ‘águias’, e Jonas (já o melhor marcador da I Liga, com sete golos e menos um jogo), esta época a fazer dupla com o grego Mitroglou.

No campeonato, pesam aos ‘encarnados’ as duas derrotas já sofridas, mas os cinco pontos de atraso para os líderes Sporting e FC Porto podem ser encurtados com o jogo em atraso com o União da Madeira, adiado à sétima jornada, devido ao nevoeiro na Choupana.

Melhor tem sido a campanha europeia do clube – que em três jogos tem mais pontos (seis) dos que os alcançados em toda a fase de grupos da última época (eliminado) -, embora na quarta-feira tenha perdido em Istambul, com o Galatasaray (2-1).

O jogo entre Benfica, quinto, com 12 pontos e menos um jogo disputado, e Sporting, que lidera a I Liga a par do FC Porto (ambos com 17 pontos), tem início marcado para domingo às 17:00, com arbitragem do albicastrense Carlos Xistra.