O grupo de sócios da Académica que requereu uma Assembleia-Geral Extraordinária para destituição da direção disse hoje que pretende evitar o descalabro desportivo e financeiro do clube, que, no seu entender, está em "insolvência técnica".

"O primeiro subscritor e o grupo de sócios que o acompanhou, garantiram à Mesa da Assembleia-Geral que, a ser aprovada a destituição da direção na Assembleia requerida, estão prontos e apresentarão aos sócios, em eleições, uma equipa agregadora, competente e credível para recuperar a identidade da Académica, a sua competitividade desportiva e a sustentabilidade financeira, reativando a relação com os sócios, com a cidade, com os parceiros e com os academistas espalhados por todo o mundo", lê-se num comunicado emitido hoje.

Segundo o documento, o requerimento com mais de duas centenas de assinaturas tem como primeiro subscritor o sócio João Vasco Ribeiro, membro do Conselho Académico e inclui ex-presidentes da direção geral da Académica, o ex-presidente da Casa da Académica de Lisboa, membros dos atuais e dos anteriores corpos sociais, dirigentes da Mancha Negra, do Núcleo de Veteranos e do Movimento ‘Académica 100% dos sócios’.

"Este requerimento surge na sequência da aprovação de uma moção de censura ao presidente da direção da Académica por via do trânsito em julgado da decisão judicial que o condenou pelo crime de corrupção passiva, aprovada por cerca de 70% dos sócios reunidos em Assembleia Geral realizada a 19 de fevereiro de 2015, numa das assembleias mais participadas da vida da instituição", refere o comunicado.

Na sequência do requerimento de destituição, o presidente da Académica, José Eduardo Simões, revelou sábado que a direção do clube vai solicitar à mesa da assembleia-geral a marcação de eleições para o final da época 2015/2016, antecipando um ato previsto para 2017.

"Entende a direção da Académica e o seu presidente, bem como a gerência da SDUQ, comunicar que é sua intenção solicitar à mesa da assembleia-geral a antecipação do ato eleitoral estatutariamente previsto para 2017, ato esse que, deste modo, se deverá realizar no final da presente temporada desportiva 2015/2016", leu o responsável, num comunicado após o empate da 'briosa' em Guimarães (1-1).

Os sócios que requerem a destituição da direção liderada por José Eduardo Simões consideram que "o facto de a Académica ter uma direção demissionária, torna urgente a marcação da Assembleia Geral de destituição e a subsequente marcação de eleições, em tempo útil".

"Com a sua demissão a prazo, a direção colocou a Académica numa situação de enorme fragilidade interna e externa, vulnerabilizando a equipa, os patrocinadores, os agentes desportivos e económicos e enfraquecendo de forma insustentável a sua margem negocial", sublinham os subscritores.

José Eduardo Simões ganhou, a 31 de maio de 2014, as eleições que o conduziram a um quarto mandato à frente da Académica, com 906 votos, mais 15 do que o adversário, Nuno Teodósio Oliveira, embora Alfredo Castanheira Neves, da lista do último, tenha vencido para a mesa da assembleia-geral.