A responsável da Comissão de Mulher e Desporto do Comité Olímpico Cabo-verdiano defendeu hoje, na Cidade da Praia, a necessidade de se sensibilizar os cabo-verdianos para uma maior inclusão da mulher a nível económico e social no desporto.

Cristina Ferreira falava na cerimónia de abertura de uma conversa aberta sob o lema “Competir no Feminino”, em que participaram várias personalidades ligadas ao desporto e promotores da igualdade de género e alunos da Educação Física do Instituto Universitário de Educação (IUE) e das Universidades.

Segundo Cristina Ferreira, o diálogo de hoje sobre “Competir no Feminino” tem como missão trazer a baila questões sobre os desafios da participação da mulher no desporto em Cabo Verde e a sua projeção a nível intencional.

“A nossa intenção é sensibilizar visando a promoção das mulheres no desporto. Por este motivo trazemos a esta palestra casos de sucessos, mas que no seu dia-a-dia enfrentaram vários desafios para superar no desporto”, disse.

Conforme a responsável da Comissão de Mulher e Desporto do Comité Olímpico Cabo-verdiano, há muita caminhada a fazer nesse sector, pois, constatam-se ainda, preconceitos de que a mulher não pode fazer determinados tipos de atividades a nível de desporto.

Por esta discriminação e diferenciação, informa, o Comité Olímpico quer trabalhar a sensibilização para que haja uma maior inclusão da mulher a nível económico e social no desporto.

Na conversa “Competir no Feminino” a Comissão de Mulher e Desporto do Comité Olímpico Cabo-verdiano levou à mesa para debate nomes de sucesso na integração feminina no desporto cabo-verdiano, como Silvéria Nédio (Nita), treinadora de futebol e ginástica rítmica; Assunção Fernandes, treinadora de andebol, e Maria Soares (Betty), que já passou pelo andebol basquetebol e voleibol.

No debate a constatação foi de que, apesar dos progressos recentes, as mulheres continuam sub-representadas no mundo do desporto em comparação com os seus colegas do sexo masculino, para além de que o desporto feminino é alvo de uma menor cobertura e apoio do público e entidades.

Para Assunção Fernandes, treinadora de andebol em Portugal, foi difícil levar as meninas filhas de emigrantes cabo-verdianos a participar no desporto, pois, elas deviam ficar em casa e não participar em atividades desportivas.

Mas, sublinha, foi através do desporto que se conseguiu, tempos depois, integrar muitas das jovens do bairro da Pedreira dos Húngaros na sociedade portuguesa.

O evento que se enquadra no programa das comemorações do Dia Nacional do Desporto, assinalado a 09 de Novembro, e dos 40 anos da Independência Nacional, tem como propósito elucidar os participantes sobre a experiência das mulheres desportivas do país, de forma a cativar a sociedade para a inclusão da mulher no desporto, uma forma de promoção de valores.