O treinador do Benfica, Rui Vitória, assumiu hoje que espera um Boavista com “uma motivação acrescida”, na 10.ª jornada da I liga de futebol, voltando a frisar que escolhe os jogadores que lhe dão mais garantias.

“Sabemos que (o Boavista) é uma equipa tradicionalmente difícil, que se bate muito bem em qualquer campo. Jogar contra o Benfica traz consigo uma motivação acrescida. Já roubou pontos a um candidato ao título. Batem-se em cada lance como se fosse o último. Temos de trabalhar muito para que o jogo se torne mais fácil, mas não vamos ter qualquer tipo de facilidades", assumiu.

Rui Vitória, que falava na conferência de imprensa de antevisão ao encontro entre ‘águias' e ‘panteras', rejeitou ser um jogo de tolerância zero, devido aos oito pontos de diferença entre o Benfica e o líder Sporting, assumindo que o Benfica, que tem um jogo em atraso, quer sempre ganhar.

"Nesta casa, neste clube, queremos ganhar sempre, quer estivéssemos à frente ou atrás. Dizer que queremos ganhar é uma redundância, porque o Benfica é isto, é ganhar. E pensamos que vamos ganhando mais vezes e ficando cada vez mais fortes", assumiu.

O técnico, que afirmou que só domingo saberá se pode contar com Mitroglou, abordou os poucos minutos dados ao médio italiano Cristante, explicando que por vezes tem de colocar “uma pedra em cima do coração" na altura de escolher a equipa.

"Se falar dele sou obrigado a falar de outros. [Cristante] é um jogador como os outros que quando entendermos que está em condições, entrará. Quando temos de escolher, metemos uma pedra em cima do coração. Escolho quem me dá mais garantias", sublinhou.

O treinador dos ‘encarnados' rejeitou comentar a falta de golos do avançado Raúl Jiménez, frisando que a vida de um jogador não pode correr sempre bem, rejeitando contudo falta de adaptação do mexicano.

"A vida do jogador é assim, uma vez corre melhor que outras. Se está adaptado? Não é como os iogurtes, não tem prazo de validade. Penso que sim (que está adaptado), mas, às vezes, os estrangeiros têm um primeiro ano de adaptação. Dizer o grau de adaptação não consigo", reiterou.

Sobre a recente chamada de Gonçalo Guedes à seleção principal portuguesa, Vitória mostrou-se satisfeito e orgulhoso, mas não esqueceu Nélson Semedo, que também já foi chamado por Fernando Santos, apontando o crescimento sustentado como mais-valia dos jovens lusos.

"Ver jogadores nossos e jovens a serem convocados para seleção é um motivo de satisfação. É um orgulho para o grupo ver um jogador (Gonçalo Guedes) que começou nesta casa com nove anos representar a seleção principal no nosso país. Estamos satisfeitos e orgulhosos. Quando há qualidade ela só precisa de ter o seu espaço para ser mostrada e isso mais não é que o trabalho e crescimento que os jogadores tiveram de uma forma sustentada. É um sinal do trabalho que os jogadores vão fazendo", disse.

Ao falar de jovens, Rui Vitória acabou por ser questionado sobre a possível presença de Clésio no jogo de domingo e, embora não tenha confirmado a presença do moçambicano no ‘onze’, assumiu que "é um valor seguro para o futuro".

"O Clésio tem vindo a trabalhar connosco e tem trabalhado connosco na posição de lateral. É um jogador que tem de trabalhar, crescer e é um valor seguro para o futuro, mas amanhã (domingo) logo veremos. No futuro, haverá qualidade, aqui só se dá oportunidades a quem merece, seja novo, seja velho, mas prevejo que, num futuro, mais jovens apareçam na equipa do Benfica".

O Benfica, quinto classificado, com 15 pontos, recebe no Estádio da Luz, a partir das 16:00 de domingo, o Boavista, 13.º com nove, num encontro dirigido pelo árbitro Bruno Esteves, de Setúbal.