O episódio mais escaldante do futebol nacional em 2015 promete continuar a dar que falar em 2016.

A saída de Jorge Jesus do Benfica para o Sporting vai continuar na barra dos tribunais, depois de o Benfica e o agora treinador dos leões não terem chegado a acordo na tentativa de conciliação do processo movido pelo clube da Luz contra Jesus, que hoje se realizou no Tribunal do Barreiro.

O SAPO Desporto passa em revista o processo e decompõe os principais factos desta 'novela', cujo próximo capítulo está agendado para junho de 2016.

Os principais factos do processo:

- Benfica e Jorge Jesus não chegaram a um acordo na tentativa de conciliação realizada esta terça-feira, no tribunal do Barreiro, que visava evitar um julgamento.
- O processo vai mesmo a julgamento e deverá começar no mês de junho de 2016, ou seja, um ano depois dos acontecimentos que marcaram a sua saída para o Sporting.
- O advogado Rogério Alves, ex-bastonário da Ordem dos Advogados e antigo Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, será o representante de Jorge Jesus neste processo, enquanto o Benfica estará representado pelo advogado João Correia.
- O Benfica exige 14 milhões de euros de indemnização ao seu antigo treinador por incumprimento de contrato, contactos mantidos com um funcionário do Sporting ainda durante a vigência do anterior vínculo e apropriação de 'software' confidencial do clube.
- Jorge Jesus esteve no Benfica durante seis temporadas, nas quais conquistou 10 títulos: três Ligas, uma Taça de Portugal, uma Supertaça e cinco Taças da Liga.
- O treinador de 61 anos terminava contrato com o Benfica a 30 de junho de 2015, mas o seu acordo com o Sporting foi anunciado na imprensa logo nos primeiros dias desse mês. A 12 dias do fim do vínculo, Jorge Jesus visitou durante largas horas a Academia leonina de Alcochete, o que terá sido considerado pelo Benfica como uma visita de trabalho já ao serviço do Sporting apesar de ainda estar sob contrato com os encarnados.
- O Benfica acusa Jorge Jesus de ter rescindido unilateralmente “e sem justa causa” o seu contrato no início de junho, situação pela qual teria de pagar uma indemnização de 7,5 milhões de euros ao clube da Luz. Além disto, acusa o técnico de ter assinado um novo contrato com o Sporting a 5 de junho, portanto, ainda dentro do vínculo com o Benfica.
- No dia 5 de junho, Bruno de Carvalho deu uma conferência de imprensa a anunciar formalmente a contratação de Jorge Jesus, que viria a ser oficialmente apresentado em Alvalade no dia 1 de julho, ou seja, um dia depois do fim formal do contrato com o Benfica.
- O site Football Leaks revelou o pedido de esclarecimento da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ao Sporting e a resposta dos leões, onde se revela através do administrador leonino Carlos Vieira que os contactos com Jorge Jesus se iniciaram “terça-feira, dia 2 de junho, com uma reunião à hora do jantar”, na “presença de Jorge Jesus, do seu advogado Luís Miguel Henrique e de Bruno de Carvalho”. “Na quarta-feira, dia 3, foi assinado um princípio de acordo”, refere a nota, onde se esclarece ainda que nesse documento foi estipulada “a duração do contrato e o valor da remuneração fixa”.