O avançado Léo Bonatini disse à agência Lusa que está a viver "um momento maravilhoso" no Estoril-Praia, clube da I Liga de futebol onde se afirma como o melhor marcador, mas não definiu uma meta de golos a atingir esta temporada.

Depois de uma fase de adaptação, o jovem brasileiro tem estado em destaque na equipa treinada por Fabiano Soares, com sete golos marcados no total das competições (cinco no campeonato, um na Taça de Portugal e outro na Taça da Liga) e sabe que neste momento já é visto pelos adversários como "o homem que pode causar danos".

"Tenho conhecimento de que os adversários me podem olhar como goleador, como o homem que pode causar danos à equipa deles, mas tenho a consciência que, se não trabalhar semana após semana, a oportunidade não vai ‘cair do céu’. Fico feliz pelo que tem acontecido, é um momento maravilhoso na minha vida. Este ano vim focado para fazer vários golos, fazer excelentes partidas e ajudar o Estoril, que me recebeu e me tornou da família", sublinhou à Lusa.

O brasileiro de 21 anos chegou aos ‘canarinhos’ em janeiro de 2015, por empréstimo do Cruzeiro, e, em seis meses, no total de 16 partidas realizadas na época anterior, marcou quatro golos, marca que não considera ser "espetacular", mas foi o suficiente para SAD do Estoril-Praia contratar o futebolista em definitivo, objetivo de Bonatini quando chegou a Portugal.

"Acredito que nos meus primeiros seis meses aproveitei e consegui fazer quatro golos. Não é uma média espetacular, mas foi muito bom. Acabei por jogar dezasseis jogos, onze a titular, mais do que esperava, e consegui o meu objetivo principal na altura, que era ser ‘comprado’ pelo Estoril-Praia", explicou.

O goleador brasileiro, que fez questão de assumir que não traça metas "muito grandes" em termos de golos, explicou como se consegue motivar para o rendimento ser o melhor.

"Não trabalho com metas gerais. Não digo que o meu objetivo é fazer 15 golos numa temporada porque, se eu fizer 15, não me quero acomodar e fazer sempre mais. Se eu fizer 13 ou 12 vou continuar o mesmo jogador tranquilo, batalhando. Independentemente de ter colocado uma meta e não a ter alcançado, não me vou sentir frustrado. A minha meta principal é ajudar o Estoril e fazer bons jogos e exibições", disse.

Apesar de tudo estar a correr bem, a carreira futebolística nem sempre sorriu a Léo Bonatini, que aos 18 anos foi contratatado para jogar nos juniores dos italianos Juventus, mas, após um ano de contrato, voltou para o Brasil. Ainda assim, Bonatini assumiu que foi em Turim, nesse ano, que aprendeu muito, principalmente em termos táticos.

"O que passei em Itália, não tenho vergonha de dizer, foi uma frustração profissional. O estilo de jogo é completamente diferente. Eu era muito novo, foi a primeira vez que saí de casa, uma cultura diferente, uma língua diferente, mas resolvi aceitar o desafio. Não consegui um êxito no futebol italiano, mas consegui aprender muitas coisas", assumiu.

Léo Bonatini, que representou as seleções de sub-15 e sub-17 do Brasil, chegando a representar o Brasil no Mundial de sub-17, em 2011, sublinhou a vontade de vestir a camisola principal do Brasil, "um sonho para qualquer atleta".