Os três pontos conquistados são certamente o que mais importa para o FC Porto, mas Julen Lopetegui deverá ter com o seu plantel uma séria conversa na sequência do jogo de sábado. A equipa portista demonstrou-se muito superior ao Paços de Ferreira em grande parte do encontro - exceção feita ao arranque - mas cometeu erros inaceitáveis no ataque e quase comprometia o objetivo principal.

Os 'dragões' começaram por apanhar um susto valente, em parte devido a um erro de Martins Indi, mas também porque a defesa portista no geral não soube abordar o pontapé de canto que originou o golo de Bruno Moreira. O avançado pacense foi letal e mesmo perante o histórico Iker Casillas e em pleno Estádio do Dragão atirou a contar, gelando o ambiente portista. Desde 14 de dezembro de 2014 que o FC Porto não sofria golos em casa para o campeonato.

O apoio de alguns misturava-se com os assobios de outros e o ambiente no Dragão continuou tenso até ao momento de magia de Brahimi e Corona. O argelino assistiu com mestria e o mexicano esbanjou classe na finalização. Um golo que lhe valeu o estatuto de melhor marcador do FC Porto no campeonato, com mais um golo do que Aboubakar.

Do golo do empate para a frente só o FC Porto criou real perigo. Os 'dragões' rondaram sempre a baliza de Marafona mas demonstravam-se desencontrados com o golo. Começando em Aboubakar, o elemento mais adiantado da equipa, que fez um dos seus piores jogos desde que chegou ao Dragão. Ao contrário do que se via no arranque da temporada, o camaronês parece agora pouco decidido na abordagem aos lances e falha oportunidades de 'bandeja'. Neste encontro foram três enormes falhanços, pelo menos entre os mais flagrantes.

Mas não foi só o camaronês a deixar os adeptos portistas com as mãos na cabeça. Herrera desperdiçou na cara da baliza em cima do intervalo e Tello, suplente utilizado, também falhou de forma absolutamente incrível já perto do final. No todo, foi uma noite recheada de falhanços dignos de compilação.

A equipa portista conseguiu cumprir a obrigação de conquistar os três pontos, mas tem de agradecer a 'contribuição' de Marco Baixinho. O defesa do Paços de Ferreira errou no atraso para Marafona e permitiu que Herrera ganhasse a bola, arrancando depois uma grande penalidade ao jogador pacense. Layún converteu de forma segura e lançou os 'dragões' para a conquista da vitória. O lance foi amplamente discutido após o encontro, porém. Segundo a análise de Jorge Simão, treinador do Paços de Ferreira, Carlos Xistra devia ter assinalado falta de Herrera sobre o guardião Marafona, pelo que a grande penalidade não devia ter assinalada. Lopetegui discordou por inteiro e defendeu que o penálti foi "limpinho limpinho".

O treinador portista, aliás, defendeu que a sua equipa merecia ter vencido por muitos mais golos, face à quantidade de oportunidades claras criadas. Já o seu adversário, Jorge Simão, andou entre as críticas à arbitragem e o elogio aos seus jogadores, optando por destacar o facto de a sua equipa ter conseguido causar assobios dos adeptos portistas aos 'dragões'.