O coletivo de juízes, presidido por Marisa Arnedo, marcou hoje para 20 de janeiro as alegações finais do ‘caso Cardinal’, no qual Paulo Pereira Cristóvão, antigo vice-presidente do Sporting, é o principal arguido e acusado de vários crimes.

As alegações finais do caso, que começou a ser julgado em abril deste ano, estavam inicialmente agendadas para hoje, mas acabaram por ser adiadas para o próximo mês de janeiro devido à falta de alguns documentos e à impossibilidade de um dos advogados.

Além da sessão de 20 de janeiro, que deverá ter início às 14:00, o coletivo de juízes marcou outra sessão para 25 de janeiro, na qual deverão prosseguir as alegações.

Na sessão de hoje foram ouvidos por videoconferência três árbitros, entre os quais Marco Ferreira, que são demandantes no processo e exigem indemnizações.

O antigo árbitro Marco Ferreira e o árbitro assistente Sérgio Serrão não se incluem numa lista de 33 árbitros que exigem uma indemnização de 1.000 euros cada a Paulo Pereira Cristóvão por danos morais, tendo efetuado um pedido singular de indemnização.

Em causa está uma lista com dados pessoais de árbitros, elaborada a pedido de Paulo Pereira Cristóvão, cuja divulgação na internet terá afetado a vida dos visados, que se assumem agora como demandantes no processo.

Marco Ferreira, que abandonou a arbitragem esta época, disse ter tido conhecimento da existência de uma lista com dados pessoais de árbitros através da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF).

O antigo árbitro madeirense admitiu ter “alterado rotinas e percursos” depois da divulgação das listas e disse mesmo que chegou a receber um mail, com ameaças, do qual a Polícia Judiciária não conseguiu descobrir a proveniência.

No âmbito do processo, no qual também é arguido Vítor Viegas, o antigo vice-presidente do Sporting é acusado de um crime de burla qualificada, outro de branqueamento de capitais, dois de peculato, mais um de devassa por meio informático, um de acesso ilegítimo e, por fim, um de denúncia caluniosa agravada.