Lá para o final de julho, Bruno de Carvalho apoiava de forma pública a candidatura de Pedro Proença à presidência da Liga. O antigo árbitro personificava, segundo o presidente do Sporting, a possibilidade de "um novo caminho", alguém que "conhece o mundo de futebol por dentro".

Proença conseguiu mesmo derrotar Luís Duque nas eleições, mas Bruno de Carvalho não tem ficado satisfeito com o trabalho do presidente da Liga. Esta sexta-feira, o jornal A Bola publica um artigo de opinião da autoria do líder leonino, que não poupa nas críticas a Proença pelos seus silêncios, declarações e inações.

"Os espectadores [estão] cada vez mais fartos e desiludidos de tanta falta de bom senso, de falta de verdade desportiva, de falta de transparência e de falta de modernização", escreve Bruno de Carvalho, defendendo que Proença demonstra que "o poder faz-nos oscilar, faz-nos enevoar os olhos e a mente".

"Quantas vezes já foram clubes portugueses grosseiramente prejudicados pela arbitragem nas competições europeias sem que o Presidente de todos os Clubes achasse que se devia pronunciar? Nunca se ouviu nada. Já sei que são apenas 4 meses de mandato, mas nesses 4 meses já foram demasiadas vezes para se lidar com silêncio. Foi por falta de aviso? Não, foi por opção", atirou ainda.

O presidente do Sporting acusa ainda o "Presidente dos Presidentes" de "esconder debaixo do tapete" as "célebres caixas com os vouchers dos 1120 jantares por época para árbitros, delegados e observadores", contestando ainda os elogios ao negócio do Benfica com a NOS, em vez de o "condenar publicamente".

Por fim, Bruno de Carvalho aborda o tema da abertura do mercado de inverno e dos feriados.

"'Last but not least', isto é, por último mas não menos importante, a famosa história da abertura do mercado de inverno e dos feriados... O regulamento diz: a época de mercado de inverno vai de 1 de Janeiro a 31 de Janeiro de cada ano. Depois, numa alínea seguinte, fala no primeiro dia útil de cada ano. Bem, este ano sendo o dia 1 (feriado apenas devido ao ano novo) ser seguido de fim de semana, quem investiu neste mercado fica impossibilitado de inscrever jogadores até dia 4. Assim manda o regulamento. Mas esta Liga lembrou-se de marcar uma jornada dia 2 de janeiro onde até se realizam a maioria dos jogos. Nestes casos temos duas formas de encarar a situação: a cómoda e que prejudica todos os clubes, cumpra-se os regulamentos".