Os 'crescidos' discutiam, discutiam, protestavam quando viam um cartão, pediam amarelos para os adversários. E enquanto isso o 'miúdo' transportava a bola com calma, passava-a com mestria e, de repente, resolvia esta batalha de graúdos com um remate com ambição desmedida, de quem não se queria preocupar com picardias.

O jogo em Guimarães foi tenso do início ao fim: poucas vezes bem jogado, muitas vezes agressivo e sempre equilibrado, com ocasiões de parte a parte - se Licá podia ter feito bem melhor depois de 'sentar' Eliseu, Jonas podia ter adiantado o Benfica em cima do intervalo. Foi um jogo em que as faltas e as discussões no relvado ganharam demasiado protagonismo, assim como o árbitro Carlos Xistra. Pedia-se futebol fluído e um árbitro pelo qual não se desse, houve o contrário.

Surgiu assim como uma espécie de redentor o jovem Renato Sanches, de 18 anos apenas, que desde o primeiro tempo demonstrou vontade de ganhar papel de destaque no resumo do jogo. Foi desde cedo o único a arriscar rematar num encontro de constantes bloqueios defensivos e interrupções. Não teve sorte na primeira metade, teve-a na segunda, depois de muito fazer por ela. Um remate contra um defesa e de seguida um 'míssil' ambicioso que só parou no fundo das redes, a fazer lembrar a ousadia que já havia demonstrado frente à Académica.

O futuro de Renato Sanches está longe de estar definido - não há falta de histórias de grandes promessas falhadas no futebol - mas aos primeiros passos não falta solidez. A cada jogo que passa o miúdo das tranças vai convencendo mais os adeptos benfiquistas, que só pedem à sua nova estrela que mantenha a concentração e não pare de crescer.

Mas se o jovem médio merece elogios por mais uma exibição de grande qualidade, a equipa benfiquista sai do encontro com os três pontos mas mais uma vez sem convencer por completo. Frágil na defesa - apenas Lisandro assumia a voz de comando - e com falta de criatividade no ataque - Gaitán ainda longe do ideal a nível físico-, o Benfica conseguiu recuperar terreno face ao FC Porto na tabela, mas demonstrou que ainda precisa de melhorias em diversos setores para solidificar a luta pelo tricampeonato.

Ora se Renato foi o patrão do meio-campo da equipa 'encarnada', o brasileiro Otávio assumiu esse papel na formação da casa. O jovem brasileiro, emprestado pelo FC Porto, foi de longe o elemento mais perigoso nas movimentações ofensivas do Vitória e lançou um aviso à casa-mãe, o Estádio do Dragão: ele não está em Guimarães para ver passar o tempo.

E também na baliza vitoriana houve um jogador em destaque: Miguel Silva, 20 anos de idade e já com lugar quase cativo em frente às redes do clube minhoto. O jovem guardião que destronou Douglas voltou a demonstrar que nasceu mesmo para ser guarda-redes e só não conseguiu travar o tal remate de Renato Sanches (bem tentou). Antes disso já havia brilhado frente a Jonas e Pizzi, mantendo a sua equipa na luta por um resultado positivo até ao final.

O lado menos agradável do encontro foi exposto por Sérgio Conceição após o encontro: o técnico vitoriano garantiu ter sido insultado por Carlos Xistra, assim como um dos seus jogadores, e teceu fortes críticas aos juízos do árbitro. Do outro lado, Rui Vitória estava mais satisfeito: elogiou os seus jogadores, defendeu que o triunfo foi justo e garantiu que acredita num "futuro risonho" para a equipa.

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