O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), José Fontelas Gomes, manifestou hoje concordância com os ensaios para a introdução vídeo como “um passo para ajudar nas decisões mais polémicas”, conforme recomendação recente do International Board.

Em declarações à agência Lusa, o dirigente corporativo dos árbitros recordou que “a APAF já manifestou a sua disponibilidade, em tempos, para a introdução de novas tecnologias, sendo a questão do vídeo uma delas”, aludindo aos ensaios preliminares sugeridos pela organização que dita as regras do jogo.

“A nossa preocupação é saber em que sentido essa inovação é aplicada e com que critérios, o que parece ser também a grande dificuldade do International Board, que tem estado a analisar o processo”, disse Fontelas Gomes.

Para o presidente da APAF, deve saber-se “em que momentos é que se pode aplicar essa tecnologia” e é importante “que não desvirtue o futebol, com paragens, por exemplo”.

“Quanto ao passo em si, de abertura a novas tecnologias com ligação direta à arbitragem, parece-me um bom indicador para que, no futuro, também em Portugal se possa experimentar e aplicar”, justificou.

Fontelas Gomes considera, assim, que se trata de melhorar o trabalho dos árbitros: “Com o número de câmaras que temos nos campos, torna-se difícil aos árbitros competir com essas mesmas câmaras, tendo em conta o fator humano, nomeadamente o poder ver de vários ângulos”.

“Os árbitros estão disponíveis e entendem que será uma mais-valia nesse sentido, isto é, na ajuda do seu trabalho em campo, de ângulos em que não conseguem ver, estar e posicionar-se, analisando aquilo que são as jogadas mais intensas e de difícil análise”, acrescenta.

Em resumo, “vai ajudar e será bom para todos, para os árbitros, que terão menos especulação, que poderão fazer todo um trabalho mais próximo do que se passa em campo”.

O International Board (IFAB) recomendou, na quinta-feira, ensaios preliminares sobre a introdução de tecnologia vídeo como apoio ao trabalho dos árbitros, decisão que poderá ser ratificada formalmente na próxima reunião da organização, em Cardiff.