Naquele que foi o primeiro, e possivelmente o último jogo, de Rui Barros como treinador principal do FC Porto, três dias depois da saída de Julen Lopetegui, o antigo jogador portista mostrou que foi tudo uma questão de mudança.

Também é verdade que o Boavista era o adversário que o FC Porto precisava neste momento mais delicado da temporada. Os axadrezados estão na penúltima posição da classificação e com um futebol pobre, acentuado ainda pelas lesões e substituições forçadas durante a partida no Bessa.

Mas os números é que contam e o FC Porto começou a era ‘pós Lopetegui’ com uma goleada ao vizinho da cidade do Porto. Cinco a zero num jogo onde não houve direito a contestações. Contudo, o técnico Erwin Sánchez ainda encontrou alguns aspetos que 'desculpam' o que aconteceu ontem no Bessa.

“Não é simples tentar explicar tudo isto, mas quando temos um adversário como o FC Porto pela frente, é difícil. Tengarrinha e o Henrique lesionaram-se, fomos obrigados a fazer duas substituições, tivemos que mudar aquilo que tínhamos preparado antes”, começou por dizer o treinador boavisteiro, em conferência de imprensa, realçando que Iker Casillas deveria ter sido expulso: “Se o Casillas tivesse sido expulso… Talvez o jogo tivesse mudado. Mas não foi assim. E depois a lesão do Correia... Fico com a dúvida se seria penálti. Depois ficamos com 10 jogadores, contra uma equipa forte como o FC Porto não podemos ficar tão abertos. E eles aproveitaram muito bem, foram eficazes”.

Do outro lado do banco, Rui Barros não arriscou e optou por ‘usar’ a mesma equipa inicial que o treinador basco tinha utilizado no último jogo dos azuis e brancos, contra o Rio Ave, da passada quarta-feira, que terminou com um empate a um golo.

Muita chuva e vento na Invicta para este dérbi portuense, que contou com cinco golos, sem resposta. Ou melhor, houve um mas o árbitro da partida anulou o lance ao nigeriano Uchebo.

Aos 11 minutos de jogo, após grande passe de André André para Herrera na área, o mexicano dominou com o peito de costas para a baliza e rematou à meia-volta para o golo.

A chuva e o vento não deram tréguas no segundo tempo, mas o FC Porto também não as deu ao Boavista. Aos 62 minutos, Jesús Corona protagonizou o grande momento de futebol do jogo. Grande trabalho do mexicano a passar entre dois adversários e a entrar na área e a rematar colocado de pé esquerdo, sem hipótese para Gideão.

Aboubakar, que esteve à procura do golo durante 70 minutos, encontrou finalmente o mapa um minuto depois. Numa excelente jogada do ataque portista, Brahimi colocou em Layún na área, com o mexicano a cruzar de trivela para o coração da área, onde apareceu Aboubakar a finalizar de pé direito. Dez minutos depois, Danilo cruzou para o coração da área onde apareceu novamente Aboubakar a cabecear para o ‘bis’.

Danilo deu a marcar mas também teve direito marcar. Já em tempo de compensação, o internacional português desviou de calcanhar para o fundo das redes, na sequência de um pontapé de canto de Layún, ele que continua em excelente forma na equipa portista.

Com este triunfo, o FC Porto volta a colocar-se a quatro pontos de distância do líder Sporting, que bateu o SC Braga por 3-2. No próximo encontro, possivelmente já sem Rui Barros no comando, ele que não falou em conferência de imprensa, o FC Porto terá de provar aos (descontentes) adeptos que o que aconteceu no Bessa não foi um acaso.