Contra a crise, vencer! Foi assim a noite do FC Porto no Estádio da Luz, ao bater o Benfica por 1-2, no Clássico da 22ª jornada da Liga, que relançou assim os dragões na luta pelo título. Um Clássico que, tal como na primeira volta, tornou a pender para os dragões, suportado nos golos de Herrera e Aboubakar, mas sobretudo pelas grandes defesas de Iker Casillas. O guardião espanhol voltou esta sexta-feira a ser ‘San Iker’, como tantas vezes foi apelidado por ‘nuestros hermanos’.

Com mais de 61 mil pessoas nas bancadas e uma chuva contínua na Luz, Benfica e FC Porto entraram com novidades absolutamente centrais na equipa: do lado encarnado, confirmou-se a titularidade de Lindelof; do lado azul e branco, deu-se a estreia do jovem nigeriano Chidozie no campeonato, ocupando o lugar do lesionado Marcano. José Peseiro apostava assim em manter Danilo no meio-campo para um combate de peso com Samaris e Renato Sanches.

Após um início equilibrado, o Benfica pegou no jogo e começou a ameaçar a baliza de Casillas. Sem surpresa, o golo acabaria por surgir aos 18’, por Mitroglou, na sequência de uma boa jogada de Renato Sanches. O avançado grego finalizou já no coração da área para o seu 12º golo na prova, consumando também uma série de seis jornadas seguidas a marcar.

O FC Porto tentou reagir e rapidamente foi premiado, mesmo com o Benfica a deter ainda algum ascendente. Layun descobriu Herrera com espaço de fora da área e fez mais uma assistência para golo, com o médio a atirar colocado para o golo do empate. Júlio César não teve hipóteses e o FC Porto regressava desta forma à discussão do resultado.

O golo sofrido até fez bem ao Benfica, que iniciou nova fase de assédio à baliza portista. Jonas, Samaris, Pizzi e Mitroglou tiveram todos o golo nos pés, mas a falta de pontaria e a segurança de Casillas evitou males maiores. A propalada “máquina de golos encarnada” mostrava hoje falhas pouco habituais nos últimos meses e pagou o preço do desacerto no segundo tempo.

Após o intervalo, o FC Porto voltou um pouco melhor e começou a tentar explorar algumas fragilidades defensivas dos bicampeões. A formação de José Peseiro passou a ter mais peso no meio-campo e Brahimi cresceu e deu dimensão ao ataque portista. Nesta fase, Casillas voltou a manter a equipa “viva” com mais uma intervenção decisiva a remate de Gaitán.

Pouco depois, e já na sequência de uma primeira ameaça, Aboubakar fez mesmo a reviravolta para os dragões e gelou a Luz com o 1-2 aos 68’. A boa combinação com Brahimi foi acompanhada de uma falha de marcação de Jardel, permitindo ao camaronês finalizar com classe na cara de Júlio César.

O Benfica ficou abalado com a desvantagem e as alterações de Rui Vitória revelaram-se totalmente falhadas. As entradas de Talisca e Carcela, primeiro, e do regressado Salvio já nos últimos dez minutos expuseram a incapacidade encarnada de desmontar a defesa portista - onde Chidozie deu boa conta do recado – e de voltar a bater Casillas.

Num Clássico que não teve casos e foi bem jogado, Artur Soares Dias apitou depois para o fim, sentenciando a reentrada do FC Porto na corrida pelo título e o fim da marcha vitoriosa do Benfica.