O problema no centro da defesa do FC Porto tem feito correr muita tinta nas últimas semanas, mas também permitiu dar a conhecer um jovem nigeriano desconhecido da maioria dos adeptos até há uma semana: Chidozie.

Depois da estreia de sucesso no clássico com o Benfica, o defesa não pode marcar presença no embate da Liga Europa com o Borussia Dortmund e a sua ausência foi imediatamente lamentada. No entender de Jorge Andrade, antigo defesa portista, o jovem nigeriano merece continuar a ter oportunidades no onze. "Apostar no Chidozie para um jogo tão importante como o Benfica teve de ser muito bem ponderada. Acho que esteve muito bem contra o Benfica, mas o facto de não estar presente na Liga Europa fez com que o Porto tivesse de alterar muita coisa. O campeonato também é isso: os treinadores têm de gerir muita coisa e há também o fator sorte. Vamos ver quem no fim tem a estrelinha de campeão", começou por dizer o ex-jogador.

Em declarações prestadas esta sexta-feira à margem da apresentação do livro "FIFA Nostra", do jornalista Luís Aguilar, em Lisboa, Jorge Andrade analisou a evolução do jogador, mas defende que o FC Porto também terá de acautelar melhor essa área do plantel no futuro. "Quando sai um jogador, alguém se ergue. O Chidozie aproveitou muito bem a oportunidade que lhe deram e pode ser uma aposta de futuro. Claro que quando o FC Porto começar a próxima época vai ter em conta esse tipo de situações. Uma das posições em que tinha muito cuidado a escolher os jogadores era a de defesa central", referiu.

Para fundamentar a sua aposta em Chidozie está também o facto de Marcano e Indi serem ambos canhotos. "Sou apologista da dupla de centrais ser uma dupla equilibrada. Não gosto de dois centrais esquerdinos a jogar. Quando se contrata tem de haver o cuidado de equilibrar a defesa", sublinhou.

No epicentro deste 'problema central' esteve o caso de Maicon e a sua saída inesperada do FC Porto. Questionado sobre este caso, o antigo defesa dos dragões lamentou que a questão tenha saltado do relvado para o aspeto pessoal e deixou um aviso para o futuro.

"Na carreira toda a gente fez coisas que se calhar não estão certas. Acima de tudo, hoje, com as novas tecnologias, os jogadores têm de estar muito bem preparados para poderem bloquear todo esse tipo de situações, visto que as coisas tiveram outra dimensão, porque se falaram já fora do âmbito normal do futebol. Saiu prejudicado o FC Porto e o Maicon, mas são situações que só quem está no futebol é que percebe. Não sabemos em que contexto é que ele estava ou se tinha algum tipo de problema. Os jogadores, antes de tomarem qualquer atitude em campo, têm de ter muito cuidado, porque está toda a gente atenta ao que eles estão a fazer. Houve mais drama porque ele também não conseguiu bloquear alguma informação que não devia ter passado para fora", declarou.