O FC Porto venceu o União da Madeira por 3-2, e regressou aos triunfos para o campeonato depois da derrota na última jornada com o SC Braga. A formação de José Peseiro mostrou fragilidades defensivas para segurar uma vantagem de dois golos, e foi mesmo necessário uma 'bomba' de Corona a três minutos do fim da partida para acalmar um 'Dragão' em ebulição com a perspectiva de mais um escândalo.

Mas vamos por partes. Depois da derrota frente ao SC Braga na jornada passada, a equipa de José Peseiro apresentou-se este sábado no Estádio do Dragão com cinco alterações no onze titular. Chidozie regressou ao centro da defesa portista enquanto que José Ángel, Sérgio Oliveira, Corona e Aboubakar voltaram à titularidade, sendo que em sentido inverso saíram da equipa do FC Porto Indi, Marcano, Danilo, André André e Suk.

Desde cedo que o FC Porto mostrou vontade de vencer na receção à equipa de Norton de Matos. A vitória do Sporting sobre o Estoril-Praia colocava alguma pressão no resultado dos 'dragões' que nos instantes iniciais pressionaram muito o adversário, mas só aos 15 minutos é que um remate de Brahimi colocou em sentido a defesa do União da Madeira. Dois minutos depois, o mesmo Brahimi antecipou-se a Aboubkar para de cabeça atirar com perigo, mas por cima da baliza de Ricardo Campos.

O União da Madeira remetia-se à defesa, procurando adiar o golo do FC Porto ao máximo, mas aos 24 minutos Aboubakar inaugurou o marcador depois de uma excelente combinação entre Sérgio Oliveira e Maxi Pereira, com o lateral uruguaio a cruzar para o coração da área onde o avançado camaronês só teve de empurrar para o 1-0.

Mas desengane-se quem pensar que o União da Madeira não criou perigo na primeira parte no Estádio do Dragão. Aos 33 minutos, Amílton consegue espaço para rematar, e obriga mesmo Casillas a desviar a bola por cima da baliza após um violento remate de longe. Antes do intervalo, Rúben Neves ainda testou a atenção do guardião do União da Madeira, mas o resultado foi para a segunda parte sem alterações no marcador.

No regresso dos balneários, os treinadores não fizeram qualquer alteração nas respectivas equipas e logo aos 51 minutos Herrera assinou um dos golos da noite. O médio mexicano tirou um adversário do caminho e num remate ao ângulo em arco fez o 2-0 num excelente apontamento técnico e que lhe valeu o sétimo golo para o campeonato.

Em vantagem por 2-0, o FC Porto parecia ter o jogo controlado, mas duas substituições de Norton Matos após o golo de Herrara colocaram em causa a lógica e a probabilidade do União da Madeira ainda conseguir sair do Dragão com pontos. Com a entrada de Danilo Dias e de Cádiz, o União da Madeira ganhou outra profundidade para as transições rápidas, e aproveitando o mau posicionamento da defesa do FC Porto, Danilo Dias chegou ao golo aos 62 minutos dando alguma esperança à equipa visitante.

E nem cinco minutos tinham passado, quando aos 66 minutos o mesmo Danilo Dias aproveitou um passe atrasado de Cádiz para fazer o 2-2 para o União da Madeira.

O Estádio do Dragão tremeu perante mais um escândalo que parecia aproximar-se no horizonte, e a equipa de José Peseiro acusou algum nervosismo ao permitir que um dos últimos classificados do campeonato conseguisse recuperar de uma desvantagem de dois golos na casa de um candidato ao título.

Suk entrou então aos 74 minutos, e aos 76 o Estádio do Dragão gritou golo com uma bomba do fundo da rua de Sérgio Oliveira. No entanto o remate do jovem médio portista saiu um pouco ao lado da baliza de Ricardo Campos.

A empatar no Dragão por 2-2, os jogadores do União da Madeira tentaram de tudo para 'queimar' tempo e enervar o adversário, que cada vez mais jogava sob brasas.

E quando já muitos não acreditavam que fosse possível, Jesús Corona apresentou-se como o 'salvador' da noite com um grande remate à entrada da área do União da Madeira. O jogador mexicano combinou com Suk, que lhe devolveu o 'esférico' de pé esquerdo para num remate forte e colocado fazer o 3-2.

O golo de Corona evitou assim que o FC Porto voltasse a perder pontos para o campeonato, mas não disfarçou a crise de confiança e a instabilidade emocional da equipa liderada por José Peseiro.