O presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, quebra esta noite o silêncio sobre o momento negativo do clube e a contestação que a direção tem enfrentado junto dos adeptos portistas.

O SAPO Desporto irá acompanhar ao minuto a entrevista e dar conta das afirmações mais importantes do líder azul e branco.

- Contestação?
A contestação senti-a no Porto-Tondela e naturalmente que a compreendo, porque foi o dia como adepto de há dezenas de anos que me senti mais envergonhado de uma exibição do FC Porto. Junto-me a todos os adeptos que protestaram. É o tipo de contestação que compreendo e aceito. Contestação é uma coisa, má educação é outra, mas isso são outros assuntos e não o senti no Estádio do Dragão.
Outra coisa que me fala é petardos e não tem nada a ver com contestação. Os adeptos do FC Porto contestam no fim de um jogo. Agora, rebentar petardos às três e meia da manhã não tem nada a ver com adeptos. Eu soube ontem às oito da noite. Rebentaram petardos na minha rua, mas não na minha casa. Foi junto da casa de um vizinho. Não me apercebi de nada. Não conheço lá nenhum vizinho a não ser de vista. Esse vizinho às oito da noite ontem veio-me mostrar uma coisa, os petardos. E eu: “Não ouvi nada nem ninguém me disse nada.” Fui tentar saber do vigia o que se tinha passado. Às três e meia junto ao muro puseram uns cartazes e dois minutos depois o vigia tirou-os e arrumou-os. Não tive direito a outdoors como o Bruno de Carvalho. Vi hoje em vários jornais fotografias dos cartazes. Uma coisa é a contestação dos adeptos, outra é violência a roçar o terrorismo. Se os jornais receberam as fotografias. Foram eles que fotografaram e é curioso que no dia seguinte há três jornais que publicam as fotografias dos cartazes. Se os jornais não quiserem dizer, pode ser que a Polícia Judiciária tente saber.

- Contestação dirigida ao próprio presidente?

A mim? Naturalmente. Não confundir a contestação dos adeptos com terrorismo às três e meia da manhã, em que é tirada uma foto por quem coloca os cartazes, que estão lá dois minutos e depois aparecem nos jornais do dia seguinte. Os adeptos do FC Porto, como eu, chegaram ao final da paciência com a situação e dou-lhes todo o direito. Agora, há uma coisa importante: eu não me candidatei como prémio do que ganhei; o que o FC Porto ganhou é passado. Isso está no museu. Eu candidatei-me porque verifiquei que as coisas estão mal e é preciso voltar a pôr as coisas como eram. Sinto que vamos dar a volta ao que está mal. Batemos no fundo, há que fazer a radiografia, ela está feita, há que não repetir os erros. Não me candidato para ganhar o que já ganhei.