O presidente do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) lamentou hoje deixar o cargo sem ter avançado no aperfeiçoamento do modelo do profissionalismo e admitiu ter enfrentado vários obstáculos durante quatro anos.

Vítor Pereira, que falava em Peso da Régua, no encerramento do 10.º Fórum de Arbitragem, admitiu ter realizado muitos sonhos durante o mandato, mas menos do que desejava. “Sei que há ainda um longo caminho a percorrer. Acredito que a reorganização implementada neste mandato vai frutificar brevemente em mais e melhores árbitros. Mas lamento não se ter avançado mais, nomeadamente no aperfeiçoamento no modelo do profissionalismo e na monitorização dos processos de implementação do plano nacional de formação”, disse Vítor Pereira.

O antigo árbitro aludiu às dificuldades que foi necessário superar “criadas por aqueles que preferiam que a reintegração da arbitragem do futebol profissional na FPF fosse um regresso ao passado, mantendo o CA num patamar amador de sobrevivência, entretido apenas na gestão corrente das nomeações e preocupado apenas com a arbitragem dos quadros nacionais”.

“Tivemos também que contrariar quem, intimidado pelas críticas às arbitragens, prefere ações de cosmética em vez de apostar numa cultura de excelência, cedendo a todo o ruído dos que propalam a verdade desportiva mas apenas se movem por calculismos circunstanciais para condicionar as arbitragens ou dissimular os seus próprios insucessos”, afirmou.

O presidente do CA da FPF, que entendeu não se recandidatar ao cargo por considerar que “chegou ao fim de um ciclo”, referiu ainda ter enfrentado “obstáculos gerados por aquelas pessoas que procuraram e procuram na arbitragem pouco mais que protagonismo pessoal e servir interesses de bairro”.

O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), José Fontelas Gomes, aceitou no início deste mês o convite que lhe foi endereçado pelo presidente da FPF, Fernando Gomes, para formar uma lista para o CA.

Fernando Gomes, de 64 anos, que preside à FPF desde 2011 e integra o Comité Executivo da UEFA, é, para já, o único candidato à presidência da FPF, cujas eleições para os corpos sociais estão agendadas para 04 de abril.