Em 11 jogos disputados no campeonato, o FC Porto de José Peseiro perdeu mais vezes (quatro) do que o FC Porto de Lopetegui em 50 (três). O dado estatístico demonstra bem o momento de crise que os 'dragões' atravessam: depois de perderem frente ao Tondela, saíram derrotados contra o Paços de Ferreira e ficaram a 12 pontos da liderança.

Apontar o dedo exclusivamente ao treinador portista, no entanto, pode ser perigoso. Peseiro herdou uma equipa desmoralizada com mais um arranque de temporada insuficiente e encontrou adeptos que exigiam muito mais aos jogadores; de certa forma, que exigiam mudanças radicais com retorno imediato a nível desportivo, para que a equipa voltasse a lutar pelo título.

A verdade é que por estes dias até o segundo lugar, e respetivo apuramento direto para a Liga dos Campeões, é uma miragem. O Sporting de Jorge Jesus tem 10 pontos de vantagem e está numa luta distinta, aquela em que o FC Porto queria - e devia - estar. Servirá de mero consolo para os adeptos portistas ver que o Sporting de Braga, quarto classificado, tem menos 10 pontos do que os 'dragões', o que significa que pelo menos o acesso ao 'play-off' da Liga milionária parece estar certo (salvo em caso de hecatombe).

A equipa 'azul-e-branca' parece ter batido no fundo nas últimas duas jornadas, que se traduziram em duas derrotas. Foi a primeira vez desde 1975/76 que o FC Porto perdeu seis pontos para os rivais de Lisboa em duas jornadas consecutivas. Nessa época, porém, os adversários que derrotaram os 'dragões' foram o Sporting e o Boavista.

Restam agora ao FC Porto cinco jornadas para tentar terminar o campeonato, pelo menos, de forma digna, enquanto prepara aquele que será o grande desafio das últimas temporadas, por força das circunstâncias: a final da Taça de Portugal contra o Sporting de Braga. É a oportunidade de ouro para voltar a conquistar um troféu, quase três anos depois da Supertaça com Paulo Fonseca no comando.

Para os adeptos, a vitória no Jamor é o mínimo indispensável para que a época não seja inteiramente para esquecer. Não chegará para afastar um cenário de crise nem para evitar as mudanças na equipa técnica e no plantel que se preveem, mas permitirá pelo menos sossegar os ânimos dos adeptos e encarar a próxima época com mais esperança.

*Artigo corrigido às 12h52. "Foi a primeira vez desde 1975/76 que o FC Porto perdeu pontos para os rivais de Lisboa em duas jornadas consecutivas" substitui "Foi a primeira vez desde 1975/76 que o FC Porto perdeu em duas jornadas consecutivas".

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