O vice presidente do FC Porto, Antero Henrique, é suspeito de gerir um 'gang' violento da noite portuense, e de dar ordens diretas e encomendar 'serviços especiais' a Eduardo Silva, dono da empresa de segurança SPDE que foi detido no ano passado no decurso de uma investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal.

Segundo escreve esta sexta-feira o diário Correio da Manhã, o vice presidente do FC Porto tinha um papel relevante na organização pois era quem dava as ordens a Eduardo Silva, dono da empresa de segurança SPDE e que trabalhava quase em exclusivo com o emblema portista. De acordo com informações reveladas pelo referido jornal diário, 'Edu', como era conhecido, foi obrigado a afastar-se das agressões e das discotecas por ordem direta de Antero Henrique.

Numa das 'escutas' da Operação Fénix a que o Correio da Manhã teve acesso, pode ouvir-se uma conversa entre Eduardo Silva e Antero Henrique em que o conhecido segurança diz ao dirigente portista que, 'poderá ter de pagar cerca de um milhão de multas fiscais' e que já tinha dado conta desse problema a 'intendentes da PSP', mas que aqueles nada podiam fazer.

O referido jornal acrescenta ainda que, 'Edu' mostrava-se preocupado nas escutas com a possibilidade de declarar insolvência, mas que Antero Henrique descansou-o ao dizer que a solução 'tem de ser por cima' e que ia tratar do assunto.

"Graças a Deus sou um privilegiado nas informações. Mas um dia destes vou ter de partir os cornos a um polícia", terá dito Eduardo Silva numa escuta transcrita pelo jornal diário, sobre um polícia que o estava a avisar para uma operação iminente.

No referido artigo do CM é descrito ainda como Antero Henrique negociava os contratos com a SPDE, e como o vice-presidente dos 'dragões' terá encomendado 'serviços especiais' para que a empresa ilegal de segurança protegesse a família de Pinto da Costa, e o próprio presidente do FC Porto.

Já Eduardo Silva foi 'apanhado' numa escuta da Operação Fénix a conversar com um amigo ao telefone, onde explicou que o FC Porto não o queria mais envolvido na noite tendo delegado a competência para 'partir pernas' a grupos menores.

De acordo com a Procuradoria Geral da República, a Operação Féniz é uma investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal relacionada com, "atividades ilícitas no âmbito de empresa de segurança privada em estabelecimentos de diversão noturna, suscetíveis de integrar a prática de crimes de associação criminosa, de exercício ilícito da atividade de segurança privada, de detenção de arma proibida, de extorsão agravada, de coação, de ofensas à integridade física qualificada e de favorecimento pessoal".