O treinador do Boavista, Erwin Sánchez, afirmou hoje que está combinado conversar com a direção na próxima semana sobre o seu futuro no clube da I Liga de futebol e disse que gostaria de continuar.

“Terça ou quarta-feira estivemos a falar com o presidente e o Timofte (diretor executivo para o futebol da SAD). Eu, pessoalmente, gostaria de ter tudo resolvido tudo até ao final da época, até porque estes meses têm sido muito desgastantes. Não é a mesma coisa estar à vontade num trabalho ou ter este tipo de pressão”, comentou.

Erwin Sánchez, que anteviu a receção ao União da Madeira, domingo, na penúltima jornada da I Liga, adiantou que "gostaria de resolver isto tudo o mais depressa possível, para se preparar para o futuro, em Portugal ou noutro país, mas sempre com respeito, primeiro, pelo clube".

O técnico boliviano conseguiu garantir a permanência do Boavista a duas rondas do fim e, sem certezas quanto ao seu futuro, lembra que "o futebol é assim, hoje estamos aqui e amanhã não sabemos onde vamos estar". "Por isso gosto mais de falar do presente, do aqui e do agora, e não pensar no que vou fazer amanhã. Ainda temos alguns dias para falar. Também quero estar comigo mesmo durante alguns dias", continuou.

Sánchez disse que tem "algumas ideias" para o Boavista, afirmou que quer ficar e admitiu continuar em Portugal.

Com 30 pontos, obtidos na jornada anterior, o Boavista garantiu a permanência no primeiro escalão e Sánchez realça que "o sufoco ficou para trás". "No entanto, ainda temos dois jogos pela frente, um é em nossa casa e, obviamente, o pensamento passa por acabar bem e oferecer uma vitória a todos os boavisteiros, porque bem a merecem", salientou, referindo-se ao encontro dom o União da Madeira, que, no 16.º lugar, com 29 pontos, ainda luta pela sua permanência.

Sánchez disse esperar que o jogo com os madeirenses corra bem e "que toda a gente, mais uma vez, fique contente com a prestação da sua equipa".

O treinador acrescentou que o plantel teve "dois dias para deitar tudo para fora" após meses em que esteve sob uma pressão muito grande". "Mas já estamos novamente focados porque não podemos deixar de ser profissionais quando o objetivo é cumprido. A imagem do Boavista conta muito, aquilo que se trabalhou também tem de ser respeitado e, acima de tudo, temos que ser profissionais até ao último segundo", salientou.

Num primeiro balanço, Sánchez referiu que quem trabalha muito e bem tem de colher bons frutos" e que, quando iniciou funções, substituindo Petit, foi preciso "conhecer rapidamente os jogadores e fazê-los perceber as suas ideias e "acreditar que era possível fazer uma segunda volta diferente e mais alegre".

Nesta segunda volta do campeonato, o Boavista conquistou 20 pontos, o dobro dos que tinha no final na primeira, mas o treinador diz que não foi fácil devido às condições de trabalho. "Os jogadores têm sido incansáveis e muito profissionais e nestes dias, ainda, fomos treinar a Lordelo (Paredes). Digo que não tem sido fácil, no sentido de ter de fazer por vezes 30 ou 40 minutos [de viagem] e voltar desse campo todos molhados, mas isso, de certa forma, ajudou a criar um espírito diferente, mais sólido e mais forte", observou. Sánchez conclui que, apesar disso tudo, "o grupo deu um sinal de respeito".

O Boavista, 14.º classificado, com 30 pontos, recebe domingo (16:00) o União da Madeira, 16.º, com 29 pontos, num jogo da 33.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, que será arbitrado por João Capela, da Associação de Futebol de Lisboa.