Rui Vitória foi a grande figura entre os 27 treinadores que exerceram na I Liga portuguesa de futebol em 2015/16, ao levar o Benfica ao ‘tri’, superando Jorge Jesus e até José Mourinho.

Numa luta que se dividiu entre o campo e as conferências de imprensa, Vitória começou na mó de baixo, mas recuperou e foi buscar a liderança precisamente a ‘casa’ de Jesus, numa 25.ª ronda que marcou o campeonato.

Depois desse encontro, o Benfica venceu todos os encontros e selou o ‘tri’, com Rui Vitória a suceder na lista dos campeões precisamente a Jesus e com um novo recorde de pontos (88), superando os 86 do FC Porto, de Mourinho, em 2002/2003.

Entre os técnicos na luta pelo cetro, Rui Vitória foi, assim, o único a cumprir os objetivos, com Jorge Jesus a ficar-se pelo segundo lugar e Julen Lopetegui e José Peseiro a guiarem o FC Porto ao terceiro posto.

Os ‘dragões’ foram uma das sete equipas que usaram o ‘chicote’ para tentar inverter a época, o que, manifestamente não conseguiram: nos mesmos 16 jogos – Rui Barros foi interino em dois -, o português conquistou menos quatro pontos e somou mais quatro derrotas do que o espanhol.

Entre as equipas que lutaram pela Europa, nenhuma mexeu, nem as que conseguiram o apuramento, o Sporting de Braga (Paulo Fonseca), Arouca (Lito Vidigal) e Rio Ave (Pedro Martins), nem as que, sobre a meta, falharam, o Paços de Ferreira (Jorge Simão) e o Estoril-Praia (Fabiano Soares).

Destes cinco técnicos, destaque ‘imenso’ para Lito Vidigal, que conduziu o Arouca ao primeiro apuramento para uma prova europeia, após um percurso marcado pelos triunfos sobre o Benfica (1-0, em Aveiro), que valeu inédita liderança, e o FC Porto (2-1), em pleno Estádio do Dragão.

Nos cinco lugares seguintes, longe da Europa e da descida, o Belenenses trocou Ricardo Sá Pinto por Julio Velázquez, que ‘trepou’ quatro posições, para nono, o Vitória de Guimarães cedo dispensou Armando Evangelista, substituído por Sérgio Conceição, e, a meio, Nelo Vingada entrou para o lugar de Ivo Vieira no Marítimo, que piorou (10.º para 13.º).

Por seu lado, Manuel Machado, apesar do Nacional ter ficado longe da Europa, e Miguel Leal, no Moreirense, aguentaram-se até final da temporada.

Na parte de baixo da tabela, destaque para Petit, que deixou o Boavista em 15.º, após 11 rondas, e foi salvar o Tondela, ao serviço do qual entrou à 13.ª jornada. Chegou no 18.º e último posto e subiu dois, os necessários, com sete triunfos.

Os ‘axadrezados’ também melhoraram, porém, sem Petit, já que o boliviano Erwin Sanchez ganhou uma posição, terminando na 14.ª.

O Vitória de Setúbal manteve até ao fim Quim Machado e salvou-se na última ronda, ao contrário do União da Madeira, pois Norton de Matos não evitou a descida.

Pior esteve a Académica, que dispensou José Viterbo após cinco rondas, e outras tantas derrotas, e não teve sucesso com o sucessor, Filipe Gouveia. Após 12 anos entre os ‘grandes’, os ‘estudantes’ caíram na II Liga.