Cerca de uma centena de sócios do Vitória de Guimarães, clube da I Liga de futebol, aprovou hoje, em Assembleia Geral, por maioria, o orçamento do clube para a temporada 2016/17, que prevê um resultado negativo de 172.500 euros.

O défice relativo à proposta que engloba a parte do futebol de formação, modalidades e gestão das piscinas, resulta das amortizações e depreciações no valor de 905.000 euros, contemplando previamente um resultado operacional de 732.500 euros, que ascende aos 990.500, antes do pagamento de juros e impostos.

O vice-presidente vitoriano para a área financeira, Francisco Príncipe, destacou que o Vitória pode "apresentar resultados líquidos positivos a médio prazo", graças à "diminuição progressiva dos custos financeiros", após a renegociação de contratos de crédito com a banca.

O dirigente destacou ainda a "rentabilização progressiva do património", dando o exemplo dos 3,6 milhões de euros que o clube vai receber nos próximos 20 anos pela instalação de um ginásio no Estádio D. Afonso Henriques.

O responsável revelou ainda que a quota para as modalidades, área em que o orçamento projeta um resultado negativo de 107.000 euros, manter-se-á até 2017/18, época em que a Direção do clube termina o mandato.

O presidente da direção, Júlio Mendes, também interveio na reunião magna, assumindo que gostava de "ter muito dinheiro para contratar os melhores jogadores", apesar de ter dito que "30% do investimento" realizado no futebol resulta de dinheiro que o clube não tem.

O responsável máximo do Vitória recusou mais risco na construção da equipa para a I Liga, defendendo que a situação do clube pode deteriorar-se ao mínimo erro no planeamento da época.

"Basta uma ‘gota de água’ para o copo transbordar. Este copo do Vitória pode transbordar, mas não vai ser comigo. [O clube] Não vai estar a apresentar défices e prejuízos nas páginas dos jornais. Se entenderem que o caminho deve ser outro, estou aqui para aceitar e contribuir doutra forma", vincou.

O orçamento recebeu também um parecer favorável por unanimidade do Conselho Fiscal, que, pela voz do presidente, Eduardo Leite, destacou a "estabilidade económico-financeira" da instituição.