A decisão do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa em dar razão ao Gil Vicente no ´Caso Mateus` provocou um autêntico ´terramoto` no futebol português. A FPF e a Liga de Clubes já sublinharam que não vão recorrer da decisão.

A Federação Portuguesa de Futebol defende a integração dos gilistas na I Liga "no mais curto espaço de tempo possível", pelo que tudo indica que o Gil Vicente estará na I Liga na época 2016/2016.

O problema que se põe agora é qual o formato a adotar para a próxima edição da I Liga. A Liga de Clubes deverá tomar uma decisão em breve, sendo que neste momento há vários cenários em equação. Uma delas é a promoção do Gil Vicente já, passando a I Liga 2016/2017 a ter 19 clubes. Outra é manter o último clube que desceu na Primeira Liga, neste caso, o União. Mas o Portimonense, clube que ficou melhor posicionado entre os que não subiram de divisão na II Liga, defende que deverá haver uma liguilha entre eles e o União, tal como aconteceu quando o Boavista foi promovido na secretaria. Essa é também a posição do Freamunde mas com quatro equipas. Estariam abrangidos nesta liguilha proposta pelo Freamunde, a Académica e o União da Madeira, clubes despromovidos da I Liga, e Portimonense e Freamunde, 4.º e 5º classificados da II Liga.

O Freamunde defende, em comunicado, que as competições "não devem ficar em número ímpar", mas considera que a equipa que completará o campeonato deverá ser "decidida em campo, como devem ser as decisões desportivas", replicando o que acontece em Inglaterra.

Comunicado do Freamunde

"Na sequência do cumprimento do acórdão do Tribunal Administrativo do Porto, a Liga e a FPF deram cumprimento ao exposto no mesmo e colocaram o Gil Vicente na Liga NOS.

Não devendo o campeonato ficar “coxo” com um número impar de equipas, é necessário definir uma vigésima equipa para a Liga NOS.

A administração da Sport Clube de Freamunde – Futebol SAD, é do entendimento que por uma questão de mérito e justiça desportiva a equipa não deve ser indicada diretamente e um play-off entre o penúltimo e o terceiro classificado (neste caso o quarto já que no primeiro lugar ficou uma equipa inelegível para a subida) como aconteceu no caso da subida administrativa do Boavista FC também não é a solução mais correta, pois quando isso aconteceu o campeonato ainda decorria e essas posições eram em abstrato sem se conhecer as equipas para o mesmo.

Entende-se assim que a solução mais justa e equilibrada será a realização de um play-off a quatro, com as duas equipas que desceram e as duas equipas melhores classificadas da LEDMAN Ligapro que não subiram. Além da vigésima equipa não ser nomeada, mas antes decidida em campo, como devem ser as decisões desportivas, ainda se alia as vertentes financeira e do espetáculo, replicando-se uma lógica de play-offs à semelhança do que se passa no segundo escalão inglês, com o sucesso que todos conhecem".