A caminhada para o sonho do ‘tetra’ arrancou no sábado para o Benfica. A rota de Tondela apresentou curvas perigosas e que por pouco não deixaram os encarnados ‘na berma dos pontos perdidos’ logo na primeira paragem. Porém, o tricampeão nacional não hesitou em arregaçar as mangas e arrancar uma vitória difícil, mas justa, por 0-2.

Num sinal das dificuldades e da vontade que qualquer equipa terá em travar o campeão, o Tondela vendeu bem cara o desaire. À imagem do que foi Petit enquanto jogador, a equipa beirã orientada pelo antigo médio português nunca virou a cara à luta e fez de tudo para ser feliz. O sábado, contudo, não era dia para ser feliz. Houvesse mais eficácia entre os seus jogadores e talvez esta crónica fosse outra.

Sem Jonas no onze, avançou o jovem Gonçalo Guedes para a parceria com o grego Mitroglou, naquela que foi a única mudança de Rui Vitória na equipa que conquistou na semana passada a Supertaça Cândido de Oliveira, frente ao Braga.

O ritmo alto, por vezes até demasiado elevado para os jogadores conseguirem pensar o jogo, foi uma constante desde o apito inicial de João Pinheiro. Beirões e encarnados tentavam assentar o seu jogo, só que a dinâmica de parte a parte acabava por quebrar esses intentos. Faltava discernimento e ninguém parecia parar para pensar.

Sempre em velocidade, foi rapidamente efetuada a primeira substituição. Uma lesão forçou a saída de Luisão do eixo central defensivo do Benfica, obrigando Rui Vitória a colocar Lisandro Lopez. E em boa hora terá entrado o central argentino, na ótica encarnada, já que foi da sua cabeça que nasceu o primeiro golo, aos 39’. Um cruzamento perfeito de Pizzi teve a resposta certa e nascia assim o 0-1 que se verificava ao intervalo.

Ato contínuo, a segunda parte apresentava as mesmas curvas e contracurvas na rota encarnada, com Júlio César – que acabou o jogo com queixas físicas – a ser decisivo para conservar a trajetória de triunfo. Para evitar mais sustos, o timoneiro encarnado lançou Samaris e conseguiu introduzir alguma calma no desafio, retirando gás aos beirões.

Assim, foi sem surpresa que o segundo golo encarnado tenha acontecido já em tempo de descontos e com os beirões partidos em busca do empate. André Horta assinou um momento de antologia, ao pegar a bola no meio-campo e esquivando-se a três dos adversários para sentenciar as contas do jogo com um autêntico míssil.

O 0-2 final comprova a superioridade benfiquista na visita ao Tondela. Um primeiro troço perigoso, mas que abre as primeiras portas para a corrida rumo ao tetra.