O presidente do Vitória de Guimarães, Júlio Mendes, assumiu hoje que o FC Porto pode integrar o avançado Marega, melhor marcador da I Liga portuguesa de futebol, com sete golos, no seu plantel durante o mês de janeiro.

O dirigente revelou os contornos do acordo entre vitorianos e ‘dragões’ durante a assembleia-geral do clube, tendo considerado o regresso do maliano ao FC Porto "pouco provável", pela possibilidade de estar a representar a sua seleção na Taça das Nações Africanas, que decorre no Gabão, em 2017.

Júlio Mendes acrescentou ainda que o emblema vimaranense pode também, logo a partir de janeiro, resgatar Areias, ponta de lança emprestado aos ‘azuis e brancos’ em agosto, que marcou, até agora, um golo em cinco jogos ao serviço da equipa B, na II Liga.

Além do melhor marcador, o responsável avaliou também o plantel vimaranense para esta época, considerando-o um dos "melhores" da "história" do clube minhoto, que, na sua perspetiva, é bem conduzido pelo técnico Pedro Martins.

"Temos um treinador à imagem daquilo que queremos. Não foi fácil, mas conseguimos contratá-lo. Temos hoje uma equipa que deve ser das melhores da história e, mesmo assim, conta com 40% de jogadores formados no Vitória. Devemos orgulhar-nos disso", defendeu.

O líder do clube minhoto frisou, porém, que o apuramento para a Liga Europa "não é uma obsessão", mas sim "um objetivo desportivo", que pode ser complementado pelos quatro milhões de euros de receita que oferece.

O dirigente vitoriano enalteceu ainda a construção da equipa B, em 2012/13, afirmando que, de todas elas, é a "que melhor tem cumprido o seu desiderato", graças à aposta na formação, que já permitiu a realização de 21 transferências com proveitos de "24 milhões de euros líquidos".

Júlio Mendes falou ainda a saída do lutador olímpico de taekwondo Rui Bragança para o Benfica, esclarecendo que a política do clube nunca privilegiou nenhum atleta das modalidades em detrimento de outros, e que, por isso, nunca pagou salário ao lutador de taekwondo.

"O Rui Bragança, dando-nos conhecimento já só no final, disse-nos que tinha assinado um contrato profissional com o Benfica. Que ele continue a ser sócio do Vitória. Não poderíamos pagar-lhe um salário. Mas se quiser ser profissional de taekwondo, que seja", disse.

O presidente vitoriano revelou ainda que a direção do clube decidiu, por unanimidade, punir o anterior presidente Emílio Macedo da Silva com uma "repreensão escrita", após o processo disciplinar movido em 2012.

Júlio Mendes adiantou que se chegou à conclusão de que "não existe matéria criminal", tendo lido a resposta do antigo dirigente, que dava conta de que foi "demasiado otimista quanto aos resultados financeiros, apesar de ter agido sempre com "o objetivo de engrandecer o clube".

Emílio Macedo da Silva, presidente do Vitória de Guimarães entre 2007 e 2012, foi condenado em julho a 18 meses de prisão com pena suspensa, na sequência das dívidas ao IRS e ao IVA com que deixou o clube, no período entre julho de 2011 e abril de 2012.