Depois do empate a três bolas na Turquia, a reação ideal. O duelo de domingo na Luz teve mais três golos benfiquistas, desta vez sem resposta, contra um Moreirense muito defensivo. A muralha dos cónegos, órfãos de um treinador principal, acabou por cair e o grande responsável foi Pizzi, protagonista de um grande jogo e autor de dois golos.

O jogo

Não foi desde o apito inicial que o Benfica assumiu a pose dominadora que conseguiria na segunda parte. Frente a uma equipa com um bloco muito baixo e pressionante, os 'encarnados' de Rui Vitória apresentaram dificuldades iniciais na criação de oportunidades claras, sendo por vezes remetidos a remates de longe.

Foi numa transição rápida que os líderes do campeonato acabaram por conseguir abrir o marcador, com Pizzi como autor. Cervi intercetou um passe de Sagna a meio-campo e cruzou rasteiro, com André Almeida a permitir a Pizzi a finalização certeira. Foi a primeira vez que se festejou um golo do 21 do Benfica na partida e permitiu aos 'encarnados' irem para intervalo com mais tranquilidade.

No segundo tempo, a história foi bem mais simples para a equipa da casa. Um remate cruzado de Pizzi deu à equipa 'encarnada' o segundo golo, confirmando que o homem do jogo só poderia ser um. O golo sentenciou a partida e permitiu ao Benfica ir criando ocasiões com toda a calma. Pizzi controlava a dinâmica do jogo, fazia o tal jogo entre linhas de que os treinadores tanto gostam, e ajudava sobremaneira a equipa a aproximar-se com frequência do ataque.

Gonçalo Guedes tentou de livre e Pizzi ainda tentou o 'hat-trick' de longe, mas o 3-0 estava guardado para o fim e teria autoria de Raúl Jiménez, embora mais uma vez com influência de Pizzi. O 21 fez um grande passe para Rafa, que passou pelo guarda-redes mas não conseguiu finalizar. Estava lá o avançado mexicano para dar a estocada final e dar um toque de goleada ao resultado.


O momento:

O primeiro golo de Pizzi: Até então, o Moreirense ia conseguindo conter a ofensiva 'encarnada', com maior ou menor dificuldade. O primeiro golo do médio, aos 32', alterou a dinâmica da partida. Começaram a aparecer mais espaços para os 'encarnados' explorarem e a vantagem acabou por ser dilatada com alguma naturalidade daí para a frente.

Os melhores:

Pizzi: A influência do médio na manobra ofensiva do Benfica é clara e incontornável. Quando está bem - como esteve, e se esteve - faz toda a equipa jogar bem. Encontrou linhas de passe, transportou a bola com mestria e ainda 'bisou' na partida, tendo ainda grande influência no terceiro golo. O melhor em campo.

Raúl Jiménez: É verdade que no golo marcado já não tinha o guarda-redes pela frente, mas soube estar no momento certo. Mais do que isso, ao longo de toda a partida foi um elemento muito perigoso e até arriscou um remate de letra que com mais alguma força poderia ter resultado num golo digno de qualquer compilação.

O pior:

Daniel Podence: Errou frequentemente nos passes e não conseguiu ajudar a equipa a contrariar um adversário de outra valia. O pior de tudo, porém, foi a reação intempestiva no momento em que foi substituído, aos 70 minutos. Uma reação pouco digna e pouco profissional que deverá ser tratada internamente em Moreira de Cónegos.

Curiosidades:

- O Benfica não sofre golos em casa há cinco jogos consecutivos. É o melhor registo da equipa 'encarnada' desde março de 2015.
- O Benfica está agora há três jogos a marcar três ou mais golos por partida.
- Os 'encarnados' conseguiram a maior vantagem sobre o FC Porto na atual temporada: sete pontos.
- Raúl Jiménez marcou nos últimos quatro jogos que disputou pelo Benfica como titular.