O presidente do Sporting voltou a demonstrar a sua total insatisfação contra o atual panorama do futebol português, e frisou, numa entrevista à revista francesa 'So Foot' que vai continuar a ver os jogos a partir do banco porque não consegue entender a razão de não poder festejar golos na Tribuna Presidencial.

"Quero que os adeptos me vejam como um deles, que me considerem o adepto número um do clube. Se não for assim, o que é que eu estou lá a fazer como presidente? Tenho de estar disposto a morrer por este clube. Não estou a fazer melodrama hollywoodesco, nasci em África, mas eu não sou eu: eu sou 3,5 milhões de pessoas", afirmou Bruno de Carvalho.

"Um bom gestor que não tenha emoções de nada serve, e vice-versa. Não compreendo que se possa gerir um clube sem ser para ganhar e era o que o Sporting fazia nos últimos anos. Para que o trabalho de um clube faça sentido, é preciso ser campeão. Antes dos anos 1980 a identidade do Sporting era ir ao estádio para saber quantos golos íamos marcar ao adversário. Infelizmente isso perdeu-se um pouco", acrescentou o líder leonino sobre a sua luta para recuperar a identidade de conquistas do passado.

"Não gosto de me sentar na tribuna presidencial. Sento-me no banco de suplentes , mesmo que não se veja tão bem. Nem sempre compreendo o que se está a passar no relvado mas gosto de estar no coração das coisas, para ver como funcionam. O futebol é paixão. Não entendo essa regra de que os presidentes devem sentar-se lado a lado. Na tribuna presidencial não me deixam festejar os golos. Como é que isto é possível? Por que é que deveria pedir desculpa por o fazer? Não estamos no teatro nem no cinema, estamos no estádio", frisou Bruno de Carvalho.

"Tenho dificuldade em compreender a grande hipocrisia deste meio. ‘Porra’, o futebol são os golos! Por que é que se mostram cartões amarelos a jogadores que tiram a camisola para festejar um golo? Qual é o problema? Os corpos são feios? Há cicatrizes que não devemos ver? A tribuna presidencial é um mundo de hipocrisia", sentenciou Bruno de Carvalho.