É uma das figuras proeminentes do Benfica e um dos dirigentes mais acarinhados pelos adeptos. O diretor desportivo das 'águias' falou de alguns momentos que passou no Benfica e também do seu futuro.

Numa entrevista ao Jornal de Negócios, o antigo médio dos 'encarnados' falou sobre a possibilidade de ser presidente do clube da Luz.

"Isso é uma coisa que me é dita desde que entrei para diretor. Essa pergunta e essa frase que as pessoas dizem, que honestamente é algo que me deixa contente porque é sinal de confiança em mim, vieram do nosso presidente. Foi ele que um dia disse que eu seria o seu sucessor. Não é uma coisa que se pondere neste momento.", referiu o ex-jogador, que acredita não poder pedir aos jogadores que tenham amor à camisola.

"Amor à camisola é representar com toda a nossa força o clube em que estamos a jogar. Eu não posso pedir a um estrangeiro que chega ao Benfica este ano que tenha o mesmo sentimento pelo clube que eu tenho. Isso deixou de existir. A única coisa que posso e tenho de exigir é que eles tenham o maior respeito pela sua profissão e pelo clube que estão a representar e que dêem tudo por isso", afirmou, recordando o jogador que mais lhe custou perder.

"Há um pelo qual eu tenho um carinho especial, os outros não me levam a mal por isso, que é o Aimar. A alegria que senti a vê­-lo chegar..., até porque era o meu sucessor aqui enquanto camisola. Procurei escolher um sucessor à altura e quis, a todo o custo, que no ano em que eu deixasse de jogar a minha camisola fosse para um jogador de nível, tão bom ou melhor do que eu, e a escolha de toda a estrutura recaiu em Aimar.
[...] Há uns que não deviam começar a carreira e outros que não se deviam reformar. O Aimar era um daqueles que nunca se devia reformar. É um daqueles jogadores que transmite algo que outros não conseguem", recordou, deixando um alerta sobre a possibilidade de uma Superliga Europeia.

"Há que ter algum cuidado com essa Superliga europeia. Os clubes portugueses e não só, também os países da dimensão de Portugal em termos de futebol, terão de ter atenção a esta liga europeia, saber como ela é criada e em que moldes. É um risco que o futebol português corre. Espero que os países como Portugal, a Holanda e a Grécia, por exemplo, possam ter a mesma oportunidade que outros de lutar por esses objetivos e não serem quase excluídos das competições principais."