Manuel Machado tornou-se hoje o primeiro treinador a ser ‘chicoteado’ por duas vezes na edição 2016/17 da I Liga portuguesa de futebol, ao sair do Arouca, 11 rondas depois de ter sido dispensado pelo Nacional.

Sucessor de Lito Vidigal, que abandonou o clube do distrito de Aveiro após a 21.ª jornada, na sequência de um convite dos israelitas do Maccabi Telavive, o ex-técnico do Nacional somou por desaires os cinco jogos efetuados no campeonato e é a terceira ‘vítima’ da 26.ª ronda da prova.

O agora ex-técnico do Arouca recebeu a equipa no 10.º lugar e deixa-a no 14.º, com os mesmos 27 pontos, ainda mais 10 do que os dois clubes situados abaixo da ‘linha de água’, o Tondela (17.º) e o lanterna-vermelha Nacional.

A formação insular foi a primeira a dispensar Manuel Machado, que estava no clube desde 2012 e foi substituído, após a 15.ª ronda, por Predrag Jokanovic, que hoje também ‘caiu’, depois de 11 jogos sem vencer (seis empates e cinco derrotas).

Na segunda-feira, o Moreirense também tinha despedido um segundo técnico, ao trocar Augusto Inácio - que conduziu o clube à histórica vitória na Taça da Liga - por Petit, depois de já ter escolhido Pepa para o lugar do técnico que levou o Sporting à conquista do título nacional em 1999/2000.

Duas semanas antes, tinha sido o Estoril-Praia a despedir o espanhol Pedro Gómez Carmona - que havia entrado para o lugar de Fabiano Soares e orientou os ‘canarinhos’ da 14.ª à 24.ª jornadas – e eleger Pedro Emanuel.

Às cinco mudanças na segunda volta, acrescem 12 na primeira, sendo que, além de Lito Vidigal, apenas Jorge Simão deixou um clube sem ser alvo de uma ‘chicotada psicológica’, já que saiu do Desportivo de Chaves por ter sido convidado pelo Sporting de Braga para substituir José Peseiro.

A mudança, à 13.ª ronda, promoveu também a chegada de Ricardo Soares ao comando dos flavienses.

Os primeiros a ‘chicotear’ treinadores foram o Marítimo, que trocou Paulo César Gusmão por Daniel Ramos, após a quinta ronda, e o Belenenses (Júlio Velázques por Quim Machado) e o Boavista (Erwin Sánchez por Miguel Leal), ambos à sétima.

Seguiu-se, à 10.ª jornada, a ‘queda’, no Rio Ave, de Nuno Capucho, que deu a vez a Luís Castro, contratado ao FC Porto B, e a primeira mudança no Moreirense, a troca de Pepa por Inácio, e, à 11.ª, a substituição de Carlos Pinto por Vasco Seabra no Paços de Ferreira.

À 13.ª jornada registou-se o recorde de três mudanças - agora igualado -, duas provocadas pela troca de Jorge Simão e outra pela primeira mudança no Estoril-Praia, com Pedro Gómez Carmona a entrar para o lugar de Fabiano Soares.

O clube seguinte a mudar foi o Feirense, que despediu José Mota, após 14 rondas, e apostou em Nuno Manta Santos, primeiro como treinador interino (dois jogos) e depois a título definitivo.

Nas duas jornadas seguintes, mais dois clubes mudaram, com Manuel Machado a deixar o Nacional, que comandava desde 2012, nas ‘mãos’ de Predrag Jokanovic, após a 15.ª, e Petit, o ‘herói’ da manutenção de 2015/16, a ceder o lugar a Pepa no Tondela, depois da 16.ª.

Entre os 18 clubes participantes na edição 2016/17 da I Liga portuguesa de futebol, e após 26 jornadas, apenas Benfica (Rui Vitória), FC Porto (Nuno Espírito Santo), Sporting (Jorge Jesus), Vitória de Guimarães (Pedro Martins) e Vitória de Setúbal (José Couceiro) não mudaram de treinador.

Por seu lado, Estoril-Praia, Moreirense, Nacional e Arouca já somam duas mudanças, enquanto os restantes nove clubes trocaram uma vez, num total de 17 (excluindo interinos), quando faltam ainda oito jornadas para o final da competição.