O Benfica chegou a meio da I Liga portuguesa de futebol com o melhor ataque e o FC Porto com a defesa menos batida, mas, nas primeiras nove jornadas da segunda volta, os ‘papéis’ inverteram-se.

Se bem que, no cômputo geral ‘mandem’ os ‘dragões’ nos dois capítulos, com mais dois tentos marcados e menos um sofrido, os ‘azuis e brancos’ são claramente o melhor ataque da segunda volta e os ‘encarnados’ a melhor defesa.

Depois de ter fechado a primeira volta com 31 golos marcados e sete sofridos, o FC Porto já conta 27 apontados na segunda, para cinco consentidos, enquanto o Benfica, que encerrou a primeira metade com 37-11, som, depois disso, 19-2.

Na segunda volta, o conjunto de Nuno Espírito Santo está, assim, perto dos números da primeira, sendo que ainda faltam disputar oito jornadas.

Com Casillas na baliza e uma defesa quase sempre com Maxi Pereira, Marcano, Felipe e Alex Telles, mais Danilo Pereira como médio mais recuado, o FC Porto não parece ter perdido consistência defensiva, mas tem sofrido mais golos.

Os ‘dragões’ deixaram entrar quatro golos nas três primeiras rondas da segunda volta, perante Rio Ave (4-2 em casa), Estoril-Praia (2-1 fora) e Sporting (2-1 em casa) e um na última, o único que custou pontos.

Depois de nove triunfos consecutivos, e cinco jogos sem sofrer golos, um tento do sadino João Carvalho, jogador emprestado pelo Benfica, custou um empate (1-1) caseiro e inviabilizou a subida dos ‘dragões’ à liderança.

Se com cinco jogos com a baliza ‘fechada’, mais três com um golo sofrido e apenas um com dois não se pode falar, obviamente, em crise defensiva, é, claramente, o ataque que tem feito a diferença no FC Porto da segunda volta.

Desde a 18.ª ronda, os portistas têm média de três golos por jogo - depois de nas primeiras 17 se terem ficado por 1,8 -, cifra para a qual muito contribuíram o 7-0 ao Nacional, a maior goleada da temporada, e mais três jogos com quatro golos, face a Rio Ave, Tondela (4-0 em casa) e Arouca (4-0 fora).

A diferença tem sido feita pelo coletivo, mas um nome sobressai claramente no ataque dos ‘dragões’, o do brasileiro Soares, que apontou nove golos, em apenas sete jogos, e, desde a estreia, com um ‘bis’ ao Sporting (2-0 em casa), só não marcou precisamente na última ronda, face ao Vitória de Setúbal.

O FC Porto tem também aproveitado da melhor forma as vantagem numéricas de que tem beneficiado: em 74 minutos com mais um – também teve menos um, durante oito minutos, no Bessa, por expulsão de Maxi Pereira -, ostenta um parcial de 7-1.

Por seu lado, o Benfica viu a sua média de golos marcados cair ligeiramente, dos 2,2 tentos por jogo na primeira volta para os 2,1 na segunda, mas melhorou claramente na defesa, baixando os sofridos de 0,6 por encontro para 0,2.

Nos nove encontros depois da ‘viragem’, e, a maioria das vezes com Ederson na baliza e Nélson Semedo, Luisão, Lindelöf e Eliseu na defesa, mais André Almeida para ‘tapar buracos’ e Samaris ou Fejsa à frente deste quarteto, o ‘onze’ de Rui Vitória apenas consentiu dois tentos.

Um deles custou uma derrota, por 1-0, no reduto do Vitória de Setúbal e foi apontado por Zé Manuel, jogador emprestado pelo FC Porto, e o outro aconteceu num triunfo caseiro por 3-1, sobre o Desportivo de Chaves.

De resto, o Benfica manteve a sua baliza inviolável em sete jogos, sendo que, nos últimos sete, apenas o bielorrusso Bressan marcou, com um pontapé colocado de fora da área.

No ataque, os ‘encarnados’, que após a 26.ª ronda da época passada tinham mais 16 golos apontados (70 contra 56) – e também mais cinco sofridos (18 contra 13) -, têm vivido da inspiração do grego Mitroglou, que soma sete na segunda volta.