A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) exige ao Governo medidas efetivas de combate à violência no futebol e que os clubes sejam responsáveis pela segurança das claques, segundo um comunicado hoje divulgado.

“A ASPP/PSP considera inconcebível que um desporto se tenha transformado numa espécie de cenário de guerra semanal, muitas vezes promovido e apoiado por dirigentes e representantes dos próprios clubes”, indica a associação.

A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) e a PSP instauraram na segunda-feira um processo disciplinar relacionado com a intervenção da PSP junto de adeptos antes do jogo de futebol de sábado entre o Benfica e o FC Porto.

“Pelas 19:52 de sábado, aquando da detenção de um dos adeptos, nas imediações do estádio da Luz e antes do início do jogo, aparentemente um dos polícias usou a força pública de forma que poderá constituir infração disciplinar, por contrariar as normas sobre os limites ao uso de meios coercivos em vigor na PSP”, lê-se no comunicado da PSP de segunda-feira.

A ASPP solicitou ao Governo e à Assembleia da República “que acabem, de uma vez por todas, com a impunidade daqueles que, reiteradamente, são vistos em cenas violentas ou ao seu incitamento, através da criação de legislação adequada”.

É “inconcebível que um desporto se tenha transformado numa espécie de cenário de guerra semanal, muitas vezes promovido e apoiado por dirigentes e representantes dos próprios clubes. É urgente que seja colocado um ponto final nesta questão”, lamenta a associação, exigindo que se acabe “com a impunidade daqueles que, reiteradamente, são vistos em cenas violentas ou ao seu incitamento”, através da criação de legislação adequada.

Assim, a associação sindical defende que as empresas [clubes] que organizam os eventos "sejam responsáveis pela sua segurança, pagando, como qualquer outra, o que está estipulado na lei para utilização dos serviços dos Profissionais da Polícia nas suas horas de descanso, já que, para os jogos de futebol os polícias “são escalados para efetuar serviço como se de um dia normal de trabalho se tratasse”.

“A responsabilidade dos clubes não pode continuar a confinar-se ao que acontece dentro do estádio, mas sim alargada a tudo o que envolve a segurança das claques, incluindo nos acompanhamentos que são feitos pela PSP na deslocação de e para os estádios, bem como de eventuais danos causados pelos seus membros, de agressões a profissionais da PSP ou quaisquer outros cidadãos”, considera o sindicato mais representativo da PSP.