O treinador do Benfica não está preocupado em perder jogadores do seu plantel na próxima época, uma vez que tem confiança na capacidade do clube em encontrar soluções.

Em entrevista à SIC, Rui Vitória abordou vários temas relacionados com a época do Benfica, e foi questionado sobre a próxima temporada, nomeadamente se tinha receio de perder jogadores nucleares.

"Se perdemos jogadores, arranjaremos outras soluções e adaptaremos o nosso modelo de jogo a esses jogadores. A linha de montagem em Portugal está feita nesse sentido. Gostaria muito que Ederson continuasse no Benfica, mas não vamos lamentar-nos. Uma coisa é jogar com o André [Almeida], outra é jogar com Semedo. Não é a mesma coisa. Eu não tenho dois laterais iguais, dois médios iguais, os nossos alas cada um tinha a sua característica. Houve a preocupação de arranjar essa riquesa. Esta variabilidade nas soluções", disse Rui Vitória sobre o planeamento que houve do plantel para esta época.

"Há a possibilidade de algumas alterações do ponto de vista tático. Todos nós... a forma de continuar a ganhar é fazer um reset. Há jogadores que vão sair e, se saírem, nada está fechado. Aberto a novas nuances do ponto de vista tático, mas não quer dizer que elas aconteçam. Pode acontecer isso fruto das circunstâncias. Se este Benfica já tem o meu ADN? Podemos sempre ajustar alguns aspetos. É uma equipa que olha para os jogos com humildade, muito confiante. É assim que eu sou", disse Rui Vitória sobre a possibilidade de ser obrigado a alterar a equipa do ponto de vista tático com a saída de jogadores.

No entanto, Rui Vitória lembrou também exemplos de sucesso do passado em que recorreu a jogadores da equipa B de forma a contornar condicionalismos.

"Fi-lo por convicção. Quando o presidente disse que iriam entrar 5 jogadores da equipa B no plantel, aqueles jogadores a partir do momento em que trabalham comigo, já não são da B. A partir dessa altura eu conto com eles. Há qualidade e valor no futebol do Benfica. É evidente que nunca sabemos o trajeto que eles vão fazer, mas quando algum tem alguma capacidade enquadrado num contexto favorável tem tendência, até ele, a saber onde pode chegar. O Renato jogou com o Astana, mas não queria saber se tinha 18 ou 28, era o jogador que precisávamos. Que transformava uma ação defensiva numa ofensiva com uma capacidade tremenda. Uns já saíram, outros possivelmente vão sair, mas todos evoluíram de forma significativa.

O Clésio foi uma necessidade que houve, não me equivoquei. Depois funcionou uma parte negocial, em que entendemos que era melhor ele sair. Tínhamos o Nélson, o André Almeida e o Sílvio. É preciso ter esta noção", disse Rui Vitória.

Sobre que jogadores iriam sair na próxima época, Rui Vitória deixou esse assunto nas mãos do presidente Luís Filipe Vieira.

"Não sei quais são, isso está nas mãos do presidente. Nesta altura não vale a pena falar de qualquer jogador porque nas leis do mercado nunca sabemos quando as coisas se resolvem ou não. Estamos preparados, sabemos que todos os anos saem jogadores. Vamos antecipando contratações, olhando para a formação e estamos atentos ao mercado. O presidente sabe as nossas ideias. Se sair alguém é porque não conseguimos fixar, mas é um embaixador do Benfica", reconheceu Rui Vitória.

"Não gosto de particularizar, os dados não estão todos na minha mão. Estamos preparados para o que pode vir do mercado. Sabemos o que fazer", sentenciou sobre o assunto.